A realidade do novo ano
Terminadas as festas, é tempo de olhar para dentro. E o que se vê está longe de ser animador.
Há empresas jornalísticas com salários em atraso e planos de “reestruturação” que passam, inevitavelmente, pelo emagrecimento de redacções, já muito debilitadas, prevendo-se o despedimento de muitos profissionais.
Há dúvidas que ninguém quis ainda esclarecer sobre a titularidade do capital, de empresas de media, apropriado, em alguns casos, por fundos sem rosto.
Nos últimos dias do ano passado, confirmaram-se incertezas e dependências que tornaram mais sombrio o futuro dos media portugueses, mesmo daqueles que se supunham influentes.
Com este enquadramento, há jornais e televisões que resvalam para uma programação tabloide, que, em nome da salvação das audiências, ignora, em vez de promover, a informação rigorosa, o entretenimento saudável ou a cultura acessível.
A Imprensa parece contaminada por um vírus fatal, enquanto a Rádio sobrevive a custo, e as televisões generalizam o primado do “fait divers”. Os programas de fim de ano foram um exemplo confrangedor.
No meio disto, o associativismo no sector sobrevive, teimosamente. É uma atitude essencial para vencer inércias e interesses escondidos que condicionam toda a actividade.
O Clube Português de Imprensa não volta as costas às dificuldades. Mas não as ignora. Nem as desvaloriza.
A Direcção
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