Governo indiano reforça perseguição a jornalismo independente
Nos últimos anos, a liberdade de imprensa tem vindo a deteriorar-se na Índia, onde se tem registado um número crescente de perseguições a jornalistas, recordou Jon Allsop num artigo publicado no “Columbia Journalism Review”.
Allsop sublinha, neste sentido, que, em Janeiro, perante as manifestações de agricultores em Deli, o governo começou a bloquear contas nas redes sociais e a apresentar queixas contra jornalistas, acusando-os de partilharem “fake news”.
Além disso, o acesso às plataformas “online” tem sido condicionado para os cidadãos que criticam, publicamente, as acções do governo.
É importante lembrar, contudo, que os bloqueios do acesso à internet começaram a ser uma prática comum em 2014, ano em que Narendra Modi assumiu funções de primeiro-ministro.
De acordo com Allsop, Modi estabeleceu-se, nos últimos anos, como um dos principais inimigos dos jornalistas e da liberdade de expressão, ao perseguir qualquer cidadão que escrutine as suas políticas.
Em 2019, por exemplo, o governo bloqueou, durante cinco meses, o acesso à internet na região de Kashmir, que perdeu, recentemente, o seu estatuto de autonomia.Além disso, segundo indicou o autor, Modi tem conseguido criar obstáculos ao jornalismo independente, condicionando, por exemplo, o acesso à publicidade institucional.Allsop sublinha, por outro lado, que as mulheres jornalistas são os principais alvos do governo de Modi.
Fevereiro 21
Com isto, a Índia tem vindo a piorar o seu desempenho no âmbito da liberdade de imprensa, que é avaliado, anualmente, pelos Repórteres sem Fronteiras (RSF).
Em 2018, a Índia posicionava-se em 138º lugar no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa. No ano passado, desceu para a 142ª posição.
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