O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem colectivamente com plataformas de pagamentos, principalmente a Google e Meta,” foi lançado no início desta semana e cancelado no dia seguinte.
De acordo com Emily Bell, colaboradora do Columbia Journalism Review, a rápida remoção da proposta deveu-se a “um forte e bem financiado esforço de lobby bipartidário”, tendo sido repetida uma táctica mal sucedida, anteriormente, contra legislações semelhantes na Austrália e no Canadá, onde a Meta ameaçou excluir as notícias do Facebook se o projecto de lei fosse aprovado.
Além disso, vários jornalistas e outros grupos profissionais opuseram-se ao novo projecto de lei, designadamante, aqueles que recebem financiamento ou têm parcerias com a Google e a Meta, como os editores do Local Independent Online News.
Assim, Bell questiona-se acerca das lacunas que existem no financiamento do jornalismo, uma vez que, além do JCPA, outras fontes alternativas de financiamento, como as actividades da Meta, que têm vindo a ser canceladas, não são promissoras.
A autora do texto recordou, ainda, as greves que se têm verificado devido à política de baixos salários e aos atrasos contratuais, mais recentemente, no New York Times, bem como as demissões observadas no Washington Post, na CNN e na Gannett.
Esta situação é, particularmente, gravosa, já que com a redução do quadro de jornalistas, aumentam os conteúdos que preenchem as lacunas no sector, ainda que infundamentados.
Bell alertou para o aumento das notícias “pink slime”, de acordo com as pesquisas realizadas pelo Tow Center, o que aconteceu, recentemente, nas eleições de Illinois. Em consequência, foi, também, registado um declínio na confiança do público nas notícias, uma vez que se torna difícil distinguir esses títulos dos meios de comunicação regulares.
Dezembro 22
A Courier Newsroom é uma das empresas que pratica este tipo de notícias de baixa qualidade, com o propósito de influenciar a balança política, procurando obter um determinado resultado através do uso de informação alegadamente falsa. A empresa opera, por isso, de acordo com um modelo que destaca a “formatação e o direcionamento de histórias específicas para dados demográficos de votação específicos e a necessidade de medir os resultados movendo a agulha de votação”.
Assim, estando em risco o jornalismo de qualidade, em grande parte, devido a questões financeiras e políticas, foi anunciada a Rede de Desinformação de Notícias Locais, que pretende reunir “um grupo de redacções de todo o país interessadas em ajudar a acompanhar essa tendência e conscientizá-la entre seus leitores e telespectadores”.
Com o aumento da desinformação e da propaganda política, Bell sublinhou que “este é um momento crítico para o jornalismo local” e que o sector deve apostar no trabalho em equipa, convidando as redacções a juntarem-se a este projecto.
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