Um estudo recente do Pew Research Center revela novos dados sobre o fenómeno dos “news influencers” nos Estados Unidos. Segundo o relatório, dois terços destes influenciadores são homens e a maioria não tem formação ou experiência em jornalismo.

Numa altura em que um em cada cinco norte-americanos diz receber frequentemente notícias através de “news influencers” — com uma proporção ainda mais elevada entre a população mais nova (37% nos jovens com menos de 30 anos) —, importa saber quem são as figuras que estão a formar a opinião pública sobre os mais importantes assuntos políticos e sociais.

News influencers”, no contexto do estudo, são pessoas com pelo menos cem mil seguidores nas redes sociais e que fazem publicações em que usam palavras-chave commumente associadas a acontecimentos noticiosos. As contas são individuais, sem associação a um meio de comunicação social, embora os influencers possam ser jornalistas ou não.

Para este estudo, o Pew Research Center identificou 500 “news influencers” no Facebook, Instagram, TikTok, X e YouTube, e analisou mais de 100 mil publicações.

O relatório contou, ainda, com os resultados de um inquérito aplicado a mais de dez mil adultos nos EUA, entre Julho e Agosto deste ano.

Alguns números significativos do estudo

  • Quase dois terços (65%) das pessoas que dizem saber das notícias regularmente através dos “news influencers” afirmam que estes os ajudam a perceber melhor os acontecimentos noticiosos e os assuntos da actualidade.
  • Embora os influenciadores publiquem conteúdos relacionados com notícias, apenas 23% têm formação ou experiência em jornalismo.
  • Entre os influenciadores com ligação a meios de comunicação, quase todos (96%) têm contas activas no X, enquanto os restantes estão mais presentes nas plataformas de vídeo (YouTube e TikTok).
  • Nas várias plataformas, mais de metade dos influenciadores (59%) monetiza a sua vasta rede de seguidores através de serviços de subscrição, pedidos de donativos ou venda de produtos de merchandising. No YouTube, 80% dos “news influencers” desenvolvem estas e outras estratégias para obter apoio financeiro do seu público.

Perfis demográficos…

  • Quase dois terços (63%) dos “news influencers” são homens;
  • A percentagem é ligeiramente mais alta no Facebook (67%) e no YouTube (68%), enquanto no TikTok há um equilíbrio maior entre homens e mulheres.

Relativamente ao posicionamento político…

  • Cerca de metade dos influenciadores expressam claramente a sua inclinação política, com aqueles que trabalham no sector mediático a revelar menos as suas orientações partidárias.
  • Entre os “news influencers” que partilham o seu posicionamento político, a percentagem daqueles que se identificam com ideias de direita é ligeiramente mais alta (27%) do que a daqueles que se dizem mais próximos das ideias da esquerda política (21%);
  • A sua distribuição pelas redes sociais é tendencialmente assimétrica: no Facebook, a partilha de visões conservadoras é três vez mais elevada do que as restantes (39%, comparada com 13%); o TikTok é a única plataforma em que os influenciadores de esquerda estão em maior número do que os de direita (28% e 25%, respectivamente).

O relatório completo está disponível online, com um resumo no site do Pew Research Center.

(Créditos da imagem: Harry Cunningham no Unsplash)