Telejornais perdem influência junto dos jovens britânicos

Segundo este estudo, “verifica-se um movimento de deslocação de audiências dos canais tradicionais de emissão em directo, onde podem ver uma série popular e deixar o aparelho ligado durante o serviço noticioso da noite, para o consumo de conteúdos seleccionados pelos serviços de streaming”.
“Esta mudança pode ter grandes implicações para a política britânica, visto que serviços como a Netflix não têm noticiário. Os partidos políticos consideravam, tradicionalmente, o noticiário das 10h da noite, da BBC, como o seu meio mais importante para fazerem chegar a mensagem às mais amplas faixas de público, o que, por sua vez, pode moldar as políticas que são propostas e o modo como são apresentadas.” (...)
A investigação do Ofcom sugere também que as pessoas “estão cada vez mais dispostas a entrar em discussões online a respeito do que é noticiado”:
“Torna-se evidente que os adultos, no Reino Unido, estão a consumir notícias de modo mais activo por via das redes sociais. Por exemplo, os que chegam a notícias divulgadas por órgãos de comunicação, ou notícias em voga vindas de amigos e familiares, ou outras pessoas que seguem no Facebook ou pelo Twitter, são mais inclinados a fazer comentários nos posts que vêem, em comparação com o ano passado.”
“A fonte mais popular de notícias no Reino Unido continua a ser a BBC One, que é consultada por 58% do público, seguida pela ITV com 40% e pelo Facebook com 35%. O aumento de pessoas a voltarem-se para as redes sociais para lerem notícias é potenciado pela crescente popularidade do WahtsApp e do Instagram como fontes de notícias.”
“O relatório do Ofcom também sublinha que as vendas anuais dos jornais em papel de expansão nacional caíram por metade, de 22 milhões em 2010 para 10,4 milhões em 2018. Alguns órgãos de informação, especialmente o MailOnline e The Guardian, têm conseguido melhorar a sua audiência total atraindo novos leitores online.”
O artigo aqui citado, em The Guardian, e o relatório, em pdf.