Relatório estabelece ligação entre operadores públicos e democracias
Os países que garantem o financiamento estável, bem como a independência editorial, dos operadores públicos de radiodifusão têm um modelo democrático mais saudável, uma vez que asseguram o direito à informação dos cidadãos.
Quem o diz é Joshua Benton que, após analisar um estudo publicado no “ International Journal of Press/Politics”, sublinhou, no “Nieman Lab”, a importância de continuar a financiar as emissoras públicas, numa altura em que o sector está sob ameaça.
No estudo em causa, intitulado “Funding Democracy: Public Media and Democratic Health in 33 Countries”, os investigadores analisaram a relação entre o funcionamento dos operadores públicos e as liberdades democráticas de cada país.
Através desta análise, os responsáveis pelo estudo concluíram que existem, actualmente, cinco modelos de financiamento dos operadores públicos, que variam entre a “administração estatal” – no Botswana e na Tunísia – e a “corporação democrática” – na Noruega, Suécia, Islândia e Alemanha, entre outros.
Nos modelos considerados “exemplares”, em que a Democracia é uma prioridade, o Estado garante um financiamento público estável, com uma estrutura forte, e com liberdade económica e política.
Por outro lado, nos regimes que procuram controlar o jornalismo, existe prática de auto-censura, e o investimento é condicionado.
Neste sentido, continuou Benton, há que ter em conta o rácio entre o PIB e o montante investido, per capita, nos operadores públicos de radiodifusão.
Países como Cabo Verde, o Reino Unido e a Dinamarca apresentam uma disparidade mínima entre o Produto Interno Bruto e o investimento na rádio e televisão públicas, com um rácio que varia entre 306 e 1670.
Por outro lado, os Estados Unidos, que apresentam um dos maiores PIBs de todos os países analisados, investem menos de 4 dólares per capita neste tipo de serviços, num rácio de 6380.
Janeiro 22
Assim, considerou Benton, os Estados Unidos continuam a incentivar a produção privada de conteúdos, e a criação de novas empresas jornalísticas, que se movem, sobretudo, por interesses comerciais.
Apesar de esta medida ser aplaudida pelos defensores do mercado livre, prosseguiu Benton, afigura-se que o panorama pode prejudicar os interesses dos cidadãos.
Isto porque, ao dependerem de investimentos de terceiros, as empresas jornalísticas privadas têm uma maior probabilidade de apresentarem conteúdos tendenciosos, e de cariz sensacionalista.
Por isso mesmo, Benton considera crucial que o governo norte-americano invista em emissoras públicas, como forma de oferecer informação fidedigna aos cidadãos, afastando-os das redes sociais e das “fake news”, e contrariando tendências de polarização.
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