Relatório dos RSF revela lista de “predadores da imprensa”

Os Repórteres sem Fronteiras (RSF) publicaram a lista “Predadores da liberdade de imprensa 2021”, que denuncia práticas abusivas contra o trabalho jornalístico. Alguns desses “Predadores da liberdade de imprensa” actuam há mais de duas décadas, enquanto outros fizeram, este ano, a sua estreia na lista negra. Todos os “predadores” são chefes de Estado ou de Governo, que impõem medidas restritivas aos “media”, quer através de medidas censórias, violência, ou prisões arbitrárias. “Já são 37 chefes de Estado ou de Governo de todo o Mundo que figuram na galeria de predadores da liberdade de imprensa da RSF”, lamentou o secretário-geral da associação, Christophe Deloire. “Cada um desses predadores tem um estilo particular. Alguns semeiam o terror com ordens irracionais e paranóicas, e outros implementam estratégias muito elaboradas. Queremos que estes indivíduos paguem pelos seus crimes. Não podemos deixar que a censura se transforme no ‘novo normal’”. Alguns dos predadores aparecem nesta lista desde a sua primeira edição, há 20 anos. É o caso do Presidente sírio Bashar al- Assad, do Presidente russo, Vladimir Putin , e do bielorruso Alexander Lukashenko. A lista conta, no entanto, com algumas “estreias”, como é o caso do príncipe saudita, Mohamed Bin Salmán, e do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Esta edição do relatório tem, ainda, a particularidade de incluir, pela primeira vez, duas mulheres -- a primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, e a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam --, bem como o primeiro-ministro de um país da União Europeia -- Viktor Órban da Hungria.