Redes sociais no Brasil preenchem “desertos noticiosos”
Nos Estados Unidos, começa a haver um consenso geral sobre a necessidade de investir no jornalismo local, como forma de garantir a pluralidade informativa, e de ajudar os cidadãos a tomarem decisões inteligentes.
Contudo, o mesmo ainda não acontece no Brasil, onde os empresários continuam a apostar nas grandes organizações de “media”, em detrimento das publicações comunitárias, notou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
O autor considera, porém, que a reinvenção do jornalismo local é inevitável e inadiável, já que a existência de “desertos noticiosos” no Brasil está a impulsionar a utilização das redes sociais para consumo informativo, aumentando a exposição dos internautas a “fake news”.
Além disso, assinalou Castilho, a ausência de jornalismo de investigação local está a desresponsabilizar os governantes, e parece ter uma correlação directa com o aumento da abstenção nos processos eleitorais.
Castilho alerta, neste sentido, para a necessidade de repensar os modelos de negócio dos jornais comunitários, perante a quebra acentuada das receitas publicitárias e de circulação.
Assim, Castilho aponta para urgência da implementação de uma estratégia sustentável, que garanta o pagamento de salários, e o reforço das equipas de redacção, evitando que os jornalistas continuem a migrar para outras áreas da comunicação, como as relações públicas e o “marketing”.
Julho 21
Posto isto, o autor considera que a solução passa pela introdução de novas formas de organização da produção noticiosa, tanto a nível empresarial como individual, e pela conquista de financiamento comunitário.
Para tal, Castilho recomenda que os jornais estabeleçam uma relação próxima com a sua audiência, convidando os cidadãos a participar no processo editorial, e na selecção das temáticas a serem tratadas.
“Os jornalistas têm as ferramentas para redigir uma notícia, os programadores sabem como montar um ‘site’, um ‘blog’ ou ‘podcast’. Os ‘designers’ sabem como produzir uma página atraente. O problema -- conclui Castilho -- está na relação entre os profissionais e as pessoas.
O Observatório Social para a Inteligência Artificial e Dados Digitais da Universidade Nova de Lisboa considera que é importante “antecipar necessidades futuras” e que, para tal, devem ser...
“A crise da deportação em massa de imigrantes ilegais nos Estados Unidos tornou os pouco mais de 560 projectos informativos, que atendem a comunidades hispânicas norte-americanas, exemplos...
A International Fact-Checking Network (IFCN), do Poynter Institute, anunciou os beneficiários das suas subvenções ENGAGE, ao abrigo do Global Fact Check Fund. A quantia de 2 milhões de dólares...
Embora se definam apenas como plataformas tecnológicas, as redes sociais influenciam as opiniões pessoais. Os especialistas em comunicação, como Rasmus Kleis Nielsen, autor do artigo News as a...
De acordo com Carlos Castilho, do Observatório de Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém uma parceria, o jornalismo enfrenta, actualmente, dois grandes desafios, nomeadamente,...
Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea, reflectiu acerca da receita de publicidade digital dos media, que, em grande parte, fica nas mãos de grandes empresas de tecnologia,...
Num texto publicado na revista ObjETHOS, um dos seus pesquisadores, Raphaelle Batista, reflectiu sobre o papel que o jornalismo teve no Brasil durante 2022, assim como o que deve ser mudado.
Batista...
O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem...
Algumas organizações criaram um novo guia, Dimensions of Difference, para ajudar os jornalistas a entender os seus preconceitos e a cobrir melhor as diferentes comunidades. Este projecto baseia-se...