Quando o jornalismo perde o “monopólio da fala” a favor das redes sociais
A metáfora da “tempestade perfeita” -- termo que se refere à convergência de circunstâncias que conduzem a uma catástrofe -- é considerada a melhor forma de descrever o actual panorama do jornalismo no Brasil, defendeu Guilherme Carvalho num artigo do “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Em primeiro lugar, Carvalho destaca a perda do “monopólio da fala”, devido ao aparecimento das redes sociais, que vieram facilitar a partilha de opiniões e de informação, pelo “comum dos mortais”. Isto levanta um segundo problema: os anunciantes passaram a querer investir nestas plataforma “online”, pondo em causa o modelo de negócio tradicional dos “media”.
Como consequência, surge o terceiro aspecto: o afastamento de potenciais investidores. Oquarto e mais recente movimento, que aprofunda a crise do jornalismo, diz respeito ao cenário político. Além de tudo isto, a crise pandémica forçou os jornalistas a adaptarem-se a uma nova realidade de produção de notícias.
No entanto, se analisarmos alguns dados recentes do Instituto Reuters, que monitoriza o consumo jornalístico de 40 países, conseguimos ver “uma luz no fundo do túnel”, defendeu o autor.
Outubro 20
Isto porque, nestes estudos, as organizações jornalísticas foram consideradas fontes confiáveis, sobre os desenvolvimentos do coronavírus.
Por outro lado, os mesmos dados demonstram que cada vez mais cidadãos subscrevem “sites” de notícias “online”.
Além disso, os consumidores de “media” estão a dar mais importância ao jornalismo local.
Ademais, as análises do Instituto Reuters comprovam que o mercado mediático está a pautar-se pela pluralidade e pelas novas iniciativas, como os “podcasts” e as produções para “streaming”.
O autor reitera, porém, que isto não significa que a crise do sector esteja a ser ultrapassada. Demonstra, sim, que a nova realidade se fez acompanhar de mais possibilidades de avanços e retrocessos.
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