Os “ombudsman” são defensores nos “media” da ética e transparência
Na década de 1960, os “media” norte-americanos começaram a introduzir a função de “ombudsman” e de “editores públicos”, de forma a reforçar a confiança dos leitores e ouvir as suas sugestões e críticas.
Estas funções são, por norma, desempenhadas por jornalistas veteranos, que lêem todas as cartas recebidas e que dão sugestões construtivas para o bom funcionamento da redacção.
Contudo, com o passar dos anos, e com o acentuar da crise dos “media”, os jornais deixaram de indigitar profissionais para ocupar este cargo, o que coincidiu com o aumento da desconfiança perante os jornalistas, notou Joshua Benton num artigo publicado no “Nieman Lab”.
Confrontado com este cenário, Benton considerou pertinente reproduzir um texto da jornalista Kathy English -- que desempenhou o cargo de provedora no “Toronto Star”, durante 13 anos -- de forma a sublinhar a importância de ter um representante do público no interior da redacção.
Neste texto, publicado no “site” do Reuters Institute for Journalism, English começa por sublinhar que a indigitação de um “ombudsman” independente revela o forte compromisso de uma publicação para com a qualidade do trabalho jornalístico.
“Estes profissionais certificam-se de que todos os artigos são verdadeiros e justos, tendo em atenção outros aspectos importantes da ética jornalística. Corrigem os erros. São uma promessa pública de responsabilidade e transparência”, afirma English.
Março 21
Da mesma forma, a jornalista destaca que os provedores estabelecem uma “relação com as audiências e destacam a importância do jornalismo de confiança, num mundo poluído com desinformação”.
Neste sentido, English acredita que os “ombudsman” devem, igualmente, passar a abraçar novos desafios.
“Os provedores podem -- e devem -- fazer mais. Poderão garantir a diversidade e a inclusividade do jornalismo, alinhando-se aos ideais de uma democracia liberal”.
“Prevejo que este trabalho essencial pode fazer parte das funções de um provedor, se o papel for mandatado para proporcionar uma forte independência, poderes proactivos, robustos e alguma autoridade executiva... Este editor teria poderes para questionar o 'status quo' do jornalismo e os padrões profissionais”, continuou.
Assim, English incentiva todos os jornais a indigitar um “ombudsman”, de forma a garantir o compromisso com os ideais jornalísticos e acompanhar a revolução dos “media”, na era digital.
Benton reitera estas considerações, sugerindo que estes profissionais deixem de ser provedores e passem a assumir-se como “editores para o público”.
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