Onde os “media” se socorrem de clubes de vinhos e de exclusividade para incentivar assinaturas

Com a crise dos “media”, os jornais têm aderido a novos métodos de conquistar leitores e receitas. Assim, os editores começaram a apostar na criação de “newsletters”, “podcasts” e, ainda, de clubes de vinho. De acordo com um artigo de Rachel del Valle publicado no “Nieman Lab”, os clubes de vinho apareceram nos “media” “mainstream” em 1973, com o jornal britânico “Sunday Times”, e demoraram quase quatro décadas para chegar aos EUA. Em 2008, o “Wall Street Journal” lançou-se neste mercado. Seguiram-se-lhe o “New York Times”, a NPR (National Public Radio), entre outros. Em Portugal, já na década de 2010, o “Público” e o “Observador” aderiram à tendência. De acordo com del Valle, o objectivo é convencer os leitores a subscreverem serviços noticiosos, em troca de conselhos sobre os melhores vinhos, e de uma ou duas garrafas. Este é um negócio, igualmente, benéfico para os produtores vinícolas, que chegam a novos consumidores, sem terem que estabelecer outras relações comerciais ou desenvolver estratégias de “marketing”. Por norma, os clubes de vinho assentam num “código binário”: vinho branco e vinho tinto. Contudo, algumas marcas especializadas começaram a apostar no factor “exclusividade”. A título de exemplo, os leitores que subscrevem ao serviço do “site” Eater recebem um cabaz diferenciado, contendo vinhos “rosé”, cor-de-laranja e “pét-nats”. Ademais, o clube de vinhos da Eater é o único com curadoria da equipa editorial que contactam, directamente, com “sommeliers”.