O risco da “estratégia de ódio” incidir sobre os jornalistas
A presença online dos jornalistas expõem-os a uma pressão constante, tornando-os frequentemente alvo dos movimentos haters.
Políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro têm um relacionamento muito conflituoso com os media e estão constantemente a tentar descredibilizá-los, a desvalorizar o seu trabalho e a tentar boicotá-los.
Essas acções não configuram uma atitude critica perante a imprensa, mas, sim, uma estratégia política específica do populismo.
Jay Rosen, jornalista e autor do PressThink – um blog sobre jornalismo e suas provações –, explica que a base do populismo é obter “ganhos políticos”, através da propagação de sentimentos de animosidade face a pessoas consideradas perigosas. “O líder promete lidar duramente com esse grupo desprezado e fazer justiça ao povo”, que é o centro da sua acção política.
No caso concreto brasileiro, Bolsonaro encara os opositores e os jornalistas como um perigo potencial. Os profissionais recebem feedback de uma forma imediata, contudo, isso não os impedirá de exercerem o seu trabalho. Algumas redacções implementaram determinadas formas para auxiliar os jornalistas no uso das redes sociais, de forma a garantir que a sua “isenção” não seja posta em causa.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 140 milhões de pessoas estão activas nas redes sociais, dos quais 130 milhões acedem à internet através de um smartphone, o que representa 62% da população.
No caso de Jair Bolsonaro, o presidente tem 5,2 milhões de seguidores no Twitter e utiliza maioritariamente as redes sociais para inserir comunicados oficiais, marginalizando a imprensa.
A internet e a as redes sociais funcionam como uma “arena pública” de informação e debate e os políticos populistas estão a torná-las os “meios de comunicação privados”.
É necessário que os jornalistas reajam para enfrentar esta situação, mas sem comprometer a sua ética profissional.
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