O ICIJ está associado ao Center for Public Integrity, também fundado por Charles Lewis, em 1989, e é uma associação sem fins lucrativos, financiada por várias fundações como o Sigrid Rausing Trust, Fritt Ord Foundation, Pulitzer Center on Crisis Reporting, Ford Foundation,  David and Lucile Packard Foundation, Waterloo Foundation, e filantropos como o australiano Graeme Wood.

 

O ICIJ, presentemente dirigido pelo jornalista australiano Gerard Ryle, conta com mais de 190 profissionais da comunicação em 65 países, especializados em jornalismo de investigação, mais de um terço dos quais sediados em países de língua inglesa. Entre os jornalistas que integram o quadro permanente do ICIJ conta-se a directora-adjunta argentina Marina Guevara.

 

O jornalismo de investigação lusófono está representado no ICIJ pelos jornalistas portugueses  Rui Araújo (TVI)  e Micael Pereira (Excpresso), o moçambicano Fernando Lima e cinco jornalistas brasileiros: Rosental Calmon Alves, Angelina Nunes, Fernando Rodrigues, Marcelo Soares e Claudio Tognolli. 

 

O projecto de análise e divulgação dos Panama Papers, embora organizado pelo ICIJ, começou pelo envio dos documentos da Mossack Fonseca, por fonte desconhecida, sob o pseudónimo de “John Doe”, ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, desde o inicio  de 2015.   

 

Dado o gigantesco volume da documentação (cerca de 2,6 terabytes, a maior fuga de documentos de que há memória, superior em 900 gigabytes à do Wikileaks, há seis anos)   cobrindo transacções que datam, em alguns casos, dos anos 70, o Süddeutsche Zeitung solicitou a ajuda do ICIJ, o qual distribuiu a documentação por mais de uma centena de media em quase 80 países, encarregados de estudar o seu conteúdo e de corroborar a sua veracidade.

 

Os jornalistas e órgãos envolvidos comprometeram-se a protelar a divulgação dos primeiros 149 documentos até à data combinada, de 3 de Abril. A publicação do restante material foi agendada pelo ICIJ para o princípio de Maio.  Em Portugal, a  TVI e o Expresso são membros da ICIJ  e iniciaram a divulgação dos pontos mais relevantes dessa investigação internacional.

 
Consulte aqui o site do Consórcio de Jornalistas e, também, veja aqui o trabalho elaborado pelo site Jornalismo Porto Net, do departamento de Ciências de Comunicação da Universidade do Porto.