O “diner journalism” como alternativa para auscultar os eleitores
Nos Estados Unidos, o “diner journalism” -- ou jornalismo de restaurante à beira da estrada -- está a tornar-se indissociável da cobertura política conservadora, notou Doug Mack, num artigo de análise publicado no “site” “The Counter”.
Segundo recordou Mack, com a eleição de Donald Trump, os jornalistas começaram a dirigir-se a estes estabelecimentos de restauração -- considerados tipicamente americanos -- para ouvirem as opiniões políticas de certos eleitores.
Por norma, os restaurantes escolhidos localizam-se em zonas rurais, e são frequentados por população caucasiana e conservadora, que trabalha no sector industrial.
Os jornalistas pretendem, assim, transmitir uma imagem da “verdadeira América”, aquela que se rege pelos princípios do Presidente Donald Trump, criando um sub-género : o “Trump Country Diner”.
A título de exemplo, em Novembro de 2016, os jornalistas do “Los Angeles Times” dirigiram-se a um destes “diners” para recolher testemunhos sobre desfecho das eleições presidenciais. Todos os presentes disseram apoiar os ideais conservadores.
Este tipo de cobertura atingiu o seu “pico” em 2017, mas continua a ser, amplamente praticada, por jornais prestigiados, como o “New York Times”.
Outubro 20
Segundo defendeu o autor, estas reportagens, com um ponto de vista limitado, podem servir, assim, um de dois propósitos, que se complementam.
A saber: ampliar a base de apoiantes do Presidente dos EUA, ou caricaturar a sociedade, passando a imagem de que todos os norte-americanos são conservadores e trabalham para os sectores primário ou secundário.
O “diner journalism” não é, contudo, recente. Desde a década de 1970 que os candidatos presidenciais fazem campanha nestes restaurantes, com o objectivo de se aproximarem do eleitorado.
Isto porque os “diners” eram considerados espaços neutros, onde todos os cidadãos conviviam, de forma harmoniosa, trocando opiniões e impressões.
Porém, o “Trump Country Diner” veio modificar esta linha editorial, focando-se numa América unidimensional e estereotipada.
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