“Jornalistas cidadãos” no Myanmar resiste à mordaça militar
Poucos dias após a deposição do regime democrático no Myanmar, os militares informaram os jornalistas de que seriam punidos caso empregassem termos como “golpe”, “regime” e “junta”.
Contudo, poucos foram os jornalistas que cumpriram as directivas da junta militar, o que resultou na detenção de dezenas de profissionais, no corte da rede telefónica e no encerramento de diversas publicações.
Além disso, três fotojornalistas foram alvejados por documentarem os protestos.
Perante este cenário, os jovens birmaneses começaram a utilizar as redes sociais para partilhar os principais acontecimentos e os diversos ataques contra os manifestantes.
Estes jovens tiram fotografias, captam vídeos e partilham-nos “online”, sempre que têm acesso à internet, assumindo-se como “jornalistas cidadãos”.
“[As autoridades] estão a atacar os profissionais, por isso precisamos de mais jornalistas cidadãos”, afirmou Ma Thuzar Myat, um dos elementos deste movimentos.
“Sei que posso ser morta por estar a gravar os acontecimentos. Mas não vou desistir”, continuou a jovem.
Ma Thuzar Myat considera que tem o dever de continuar a documentar os casos de violência contra cidadãos, embora já tenha sido ameaçada pelo exército.
“Estamos a assistir a uma violação a todos os centros de democracia e liberdade”, considerou U Swe Win, co-fundador e editor-executivo no jornal “Myanmar Now”, uma das publicações banidas. “Estamos muito receosos de que o Myanmar se transforme da Coreia do Norte. Os militares vão esmagar qualquer forma de partilha de informação”.
Abril 21
Perante este cenário, os jornalistas deixaram de se identificar como tal e tentam misturar-se com o resto dos manifestantes.
Ainda assim, a utilização de material de reportagem pode denunciá-los.
Por outro lado, os militares têm vindo a utilizar os meios de comunicação para disseminar propaganda, enquanto fiscalizam os telemóveis dos cidadãos, para garantir que estes não captam nenhum vídeo ou fotografia.
“Se encontrarem imagens vamos presos”, denunciou U Myint Kyaw, antigo secretário do Myanmar Press Council.
Um dos representantes da junta militar afirmou, entretanto, que os jornalistas deveriam evitar comportamentos que os pusessem em risco.
“Apenas os jornalistas podem decidir se vão ou não ser detidos”, disse o general Zaw Min Tun. “Se as suas acções violam a lei, vão ser presos”.
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