Jornalismo inglês em confronto entre o público e o privado
O governo do Reino Unido deveria apostar na criação de alternativas para o jornalismo público “online”, em vez de cortar os apoios às emissoras públicas nacionais e de estudar a sua privatização, considerou Christian Fuchs num artigo publicado no “Nieman Lab”.
Segundo recordou Fuchs, nos últimos anos, o governo de Boris Johnson tem vindo a criticar o trabalho desenvolvido pelas emissoras públicas do país -- BBC e Channel 4 -- ao aplicar cortes nos orçamentos, e ao propor o fim do pagamento da taxa de TV.
Contudo, o papel destas empresas tem sido defendido por alguns cidadãos e especialistas em “media”, que consideram que o jornalismo desenvolvido pelas emissoras é uma alternativa essencial à informação partilhada através das redes sociais e plataformas de mensagens.
Isto porque, de acordo com o autor, as emissoras públicas prestam um serviço pelos cidadãos e para os cidadãos.
Aliás, conforme indicou com um estudo da netCommons, liderado por Fuchs, muitos utilizadores da internet têm reservas quanto aos modelos de negócio utilizados por plataformas “online”, com 82,4% dos inquiridos preocupados com a utilização dos seus dados pessoais e pelo Youtube e 78,7% frustrados com a quantidade de anúncios.
Além disso, 87,6% dos inquiridos defenderam a criação de alternativas aos negócios monopolísticos liderados pela Google, Facebook e Twitter.
No mesmo sentido, os participantes de um estudo da InnoPSM: Innovation in Public Service Media Policies sublinharam a importância dos operadores públicos enquanto fontes noticiosas fiáveis e de alta qualidade, vitais para a democracia e para participação cívica.A mesma investigação sugere, também, que os cidadãos europeus tendem a confiar mais no serviço público, do que noutras organizações noticiosas.
Junho 21
Os participantes deste estudo propuseram, ainda, a criação de uma internet alternativa, sem fins lucrativos, com arquivos digitais de conteúdo do serviço público informativo, que estivessem disponíveis para todos, em qualquer lugar, e em qualquer altura.
Posto isto, Fuchs acredita que os serviços públicos de radiodifusão devem ser salvaguardados, com garantias de independência editorial e financiamento do Estado.
“A existência de organizações de comunicação social de alta qualidade, tanto na radiodifusão como em linha, é mais importante do que nunca”, considerou. “Há uma necessidade gritante de uma comunicação social que sirva interesses públicos, e não privados. Os ‘media’ devem ser dos cidadãos, pelos cidadãos, e para os cidadãos”.
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