Sobre a linha editorial e o estilo do jornal, a directora explica que, sendo direccionado especificamente ao público infanto-juvenil, “os factos da actualidade são escritos para esse público em uma linguagem e formato que os torna mais acessíveis e mais interessantes”: 

“Isso faz com que a leitura de notícias tenha mais sentido para crianças e jovens. Além disso, contribui para que eles se sintam valorizados ao ter acesso às mesmas informações que os adultos têm, podendo conversar sobre o tema.”  (...) 

“Os principais focos do Joca são estimular o gosto pela leitura e apoiar a formação de cidadãos, apresentando o conteúdo de maneira lúdica e instigando a curiosidade. Nosso objectivo maior é trazer para a escola esse portador de géneros variados, como mais um elemento do mundo real a ser explorado por professores e alunos. Isso dialoga com uma concepção educacional que visa formar indivíduos bem informados, críticos e actuantes, que saibam circular no mundo que está aí.”  (...) 

O jornal é sustentado por assinaturas: “Hoje, já estamos em mais de 800 escolas públicas e privadas pelo Brasil, como material obrigatório, além de estarmos também nas casas dos assinantes. A maioria das escolas privadas inclui a assinatura do jornal Joca no material obrigatório para o ano, a ser comprado pelos pais.” 

Sobre a ideia original para a fundação do Joca, afirma: 

“Publicações para crianças existem em praticamente todo o mundo. Só na França, são mais de 300 diferentes, divididas entre jovens e crianças de 0 a 18 anos. O Brasil não tem essa variedade de revistas e jornais destinados ao público infanto-juvenil. As publicações são poucas (e muitas não existem mais), com pouca diversidade de gosto e interesses, e que muitas vezes trazem temas muito infantis, sendo que o público é carente de mais conhecimento e qualidade.”  (...) 

Sobre a troca de correspondência promovida junto das crianças de Brumadinho, Stéphanie Habrich afirma que ela revelou “uma empatia enorme entre as crianças  – uma menina de 8 anos chegou a nos mandar sementes de maracujá, junto a uma cartinha, para que alunos de Brumadinho pudessem replantar e recomeçar”: 

“Solidariedade. Interesse por como vivem outras crianças, também brasileiras, passando por momentos difíceis. A certeza de que as crianças têm uma energia incrível e muita empatia.” 

“Não podemos desperdiçar essa geração. Jovens e crianças bem informadas entendem o que se passa ao seu redor, formam as próprias opiniões e se tornam cidadãos críticos e activos, que lutam por seus direitos, cumprem seus deveres e têm as ferramentas necessárias para construir um futuro melhor para o nosso país. Temos que incluir as crianças no debate, compartilhando e discutindo notícias, ensinando-as a buscar fontes confiáveis de informação e a exercitarem o senso crítico. Se perdermos essa geração, que líderes teremos e o que eles farão para o Brasil daqui a vinte anos?”  (...) 

“Ler jornal desde a infância é uma das maneiras mais eficientes de se manter actualizado sobre os factos do cotidiano  – criando o hábito de fazer isso –  e compreender o estado dos acontecimentos no mundo em que vivemos. Afinal, crianças e jovens podem mudar a direcção do futuro.”  (...)

 

O texto aqui citado, na íntegra no Observatório da Imprensa
Mais informação sobre a origem do Joca, no nosso site.