Jornais australianos recebem apoios mas dispensam colaboradores
Algumas redacções locais australianas dispensaram jornalistas e encerraram operações apesar de terem recebido milhões de dólares em apoios do Estado, revelou o “Guardian Australia”.
Conforme recordou a mesma fonte, em Junho de 2020, o governo australiano anunciou a criação de um programa de apoio a jornais locais e regionais, como forma de colmatar as perdas registadas em contexto de pandemia.
À época, o ministro da Comunicação, Paul Fletcher, descreveu os “media” locais como “essenciais” para muitas cidades.
“O jornalismo de interesse público é essencial para manter as comunidades informadas”, disse Fletcher. "Iremos providenciar apoio contínuo às publicações locais e regionais, uma vez que estas são mais importantes do que nunca, numa altura em que as comunidades australianas precisam de consultar informação de confiança.
A investigação do “Guardian” concluiu que, em alguns dos casos, os jornais receberam menos do que o montante prometido, o que forçou algumas empresas a anunciarem cortes no orçamento.
Contudo, na maioria dos casos, o problema não foi a falta de financiamento, mas a falta de controlo governamental relativamente às empresas apoiadas.
Ou seja, o governo australiano não teve em conta a qualidade do jornalismo nas publicações locais, ou quaisquer outros pré-requisitos.
Além disso, muitos destes jornais receberam, imediatamente, 90% do montante que lhes era destinado, com apenas 10% do dinheiro a ser entregue conforme a sua “performance”.
Da mesma forma, o governo não implementou quaisquer medidas de prevenção, pelo que os jornais que receberam apoio financeiro não tinham qualquer razão que os impedisse de dispensar parte do total de colaboradores.
Dezembro 21
A título de exemplo, a empresa de jornalista regional Win – que pertence, agora, à Nine Entertainment – anunciou um despedimento colectivo em Maio de 2021, apesar de ter recebido 4,46 milhões de dólares.
Perante este cenário, diversos políticos da oposição exigiram que o governo introduzisse novas medidas de regulamentação, de forma a controlar as acções das empresas mediáticas, e assegurar que o programa de apoio aos “media” cumpre os seus objectivos.
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