Erdogan reforça controlo dos Media e persegue jornalistas turcos
Erdogan foi reeleito nessa data e iniciou o mandato com poderes executivos muito reforçados, em sistema presidencialista. A Turquia passou de um sistema parlamentar para o actual quando este foi aprovado, por uma reduzida margem (51,4% - 48,6%), no referendo de Abril de 2017.
O Conselho Supremo da Rádio e Televisão Turca, fundado em 1994, era uma autoridade reguladora pública, financeiramente autónoma e imparcial, com a responsabilidade de garantir ao audiovisual da Turquia o cumprimento dos princípios de liberdade de expressão e informação, diversidade de opiniões, pluralismo dos media, um espaço de concorrência para evitar a concentração dos meios e a defesa dos interesses públicos. Os seus nove membros eram eleitos pelo Parlamento, de entre candidatos apresentados numa base proporcional ao número de deputados de cada partido.
Um outro decreto recente, emitido ao abrigo do Estado de Emergência - e do qual démos eco neste site - encerrou, a 8 de Julho, mais três jornais e uma estação de televisão privada.
A Turquia figura no 157º lugar, entre 180 países, da classificação World Press Freedom Index, actualizada pela ONG Repórteres sem Fronteiras para o ano de 2018, sendo considerada “a maior prisão de jornalistas no mundo”.
Segundo os números mais recentes recolhidos pelo Stockholm Center for Freedom, que agrupa muitos jornalistas turcos exilados em vários países europeus desde 2017, cerca de 240 jornalistas e outros trabalhadores dos meios de comunicação encontravam-se presos em 24 de Julho, muitos deles em detenção preventiva. Deste número, 179 estavam acusados e agurdando julgamento, e 61 tinham sido já condenados.
Há mandatos de detenção contra pelo menos mais 144, exilados ou na clandestinidade no interior da Turquia.
Um outro documento, da Federação Europeia de Jornalistas, identifica pessoalmente 156 destes jornalistas na prisão, com um link que fornece o endereço a usar para o envio de mensagens.
Tendo detido ou demitido das suas profissões milhares de pessoas, acusadas de conivência com o movimento de Fethullah Güllen, o governo turco já fechou, desde a tentativa de golpe de Julho de 2016, cerca de duas centenas de meios de comunicação, incluindo as agências noticiosas e jornais da minoria curda no país.
A informação é do Stockholm Center for Freedom, com a turkishminute.com