Colunista do “NYT” demite-se em protesto contra auto-censura

“O Twitter tornou-se o verdadeiro editor do “NYT”. (...) As histórias são seleccionadas para satisfazer uma audiência restrita, em detrimento de um público curioso, que procura ler sobre o mundo, e tirar as suas próprias conclusões. Sempre me ensinaram que os jornalistas escreviam o primeiro rascunho da história. Agora, a própria história é mais uma coisa efémera, moldada para se encaixar numa narrativa pré-determinada”.
“Deixámos de editar textos desafiadores para os nossos leitores, porque podemos voltar a escrever sobre como Donald Trump é um perigo único para o Mundo. A auto-censura tornou-se a norma”, ironizou. “Aqueles que trabalham segundo a nova ortodoxia têm o seu lugar garantido. Todos os outros, estão sob ameaça”.
“Eu própria tornei-me um alvo. Chamaram-me racista e nazi. Aprendi a ignorar os comentários sobre como estou a “escrever sobre os judeus”. O meu trabalho e o meu carácter foram, abertamente, insultados no ‘Slack’ da empresa. Naquela plataforma, alguns jornalistas insistiram que eu devia ser demitida, para que o ‘NYT’ se tornasse numa empresa verdadeiramente inclusiva”.
“Continuarei a ser uma leitora atenta, mas não poderei continuar a desempenhar as minhas funções, definidas por Adolph Ochs, em 1896, como «garantir que as colunas do NYT são um fórum para a consideração de todas as questões de importância pública, de forma a convidar a discussão inteligente de todos os espectros de opinião»”.