Que os meios de comunicação do Ocidente sejam vistos como mal intencionados por Pequim não é novo. 

“É preciso criar uma nova ordem mundial dos media. Senão, o lugar será ocupado por outros, o que vai pôr um desafio ao nosso papel dominante na condução da opinião pública”  - explicava em 2013 Li Congjun, antigo responsável pela agência oficial Xinhua e membro do comité central do Partido Comunista Chinês. 

Um documento interno do Partido, datado de Novembro do mesmo ano, e atribuído ao próprio Presidente Xi Jinping, descrevia “a situação ideológica como uma luta intensa e complexa” e advertia contra a promoção dos designados “valores universais” do neo-liberalismo e da “ideia ocidental do jornalismo, que desafia o princípio chinês segundo o qual os media e a edição devem estar submetidos à disciplina do Partido”. 

Falando do referido Fórum, Alice Ekman, especialista do IFRI - Instituto Francês de Relações Internacionais  sobre a China, afirma que o projecto das “novas rotas da seda” evoluíu até se tornar “uma nova forma de organização da mundialização”. 

“O discurso de Xi Jinping lembra, além disso, que as novas rotas da seda não se limitam a definir infraestruturas: são uma marca sob a qual a China procura desenvolver aquilo que o Presidente denomina como ‘um novo tipo de relações internacionais’, que passa pelo reforço de trocas em todas as direcções com uma diversidade de actores externos, oficiais ou civis (partidos políticos, empresas, instituições de investigação...).” 

“Neste contexto, as ‘novas rotas da seda’ são uma etiqueta útil à China para reunir um número crescente de países em volta da sua iniciativa e no seu território. A prazo, ela espera transformar o Fórum Belt and Road  numa cimeira mundial de referência, capaz de rivalizar com outras em termos de influência (o G20, os BRIC, etc.). Neste sentido, o Fórum é mais do que uma acção de comunicação.” (...) 


Mais informação em Le Monde  e no IFRI,  bem como em The Guardian.
As notícias no site da  Belt and Road News Network.