“Charlie Hebdo” republica “cartoons” no início do julgamento do atentado contra o jornal
A revista satírica “Charlie Hebdo” republica as caricaturas de Maomé que a transformaram num alvo terrorista.
“Nós não dormiremos nunca. Nós nunca renunciaremos”, justificou o director do jornal satírico, Riss, neste número especial.
A edição está nas bancas em França, em coincidência com o início do julgamento.
A capa do jornal contém as gravuras de Maomé publicadas, inicialmente, pelo jornal dinamarquês “Jyllands-Posten”, em 2005, e, também, uma caricatura desenhada por Cabu, morto no atentado de 07 de janeiro de 2015.
Mais de cinco anos após o ataque terrorista à redacção do “Charlie Hebdo”, serão, agora julgados 14 suspeitos, por terem prestado assistência logística e financeira aos autores do homicídio de 17 pessoas, incluindo oito membros da equipa editorial do “Charlie Hebdo”.
Não comparecerão ao Tribunal Criminal Especial de Paris três dos 14 réus, eventualmente mortos ou em fuga. Recorde-se que os três atiradores, que assaltaram a redacção do jornal, foram abatidos pela polícia.
“O julgamento do ataque ao ‘Charlie Hebdo’ é o julgamento da forma mais extrema de censura”, afirmou Christophe Deloire, secretário-geral da RSF. “Embora as restrições à liberdade de expressão sejam permitidas para proteger os indivíduos, a liberdade de criticar os sistemas de pensamento deve ser absoluta. A intolerância religiosa (...) está hoje na raiz de uma violência terrível contra jornalistas.”
“Ainda que 90% dos responsáveis por crimes contra jornalistas em todo o mundo fiquem impunes, as audiências que se iniciam em Paris são um passo importante na luta contra essa impunidade”. “Este julgamento é essencial para todos os Charlies do mundo,” resumiu Christophe Deloire.
Setembro 20
Entre os 180 países do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa estabelecido pela RSF em 2020, a França ocupa a 34a posição.
Em causa estão as pressões judiciais sobre jornalistas, muitas vezes alvo de intimidações. Além disso, a independência editorial dos “media” não está, totalmente, garantida, devido a conflitos de interesses de capital.
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