Aliás, este tem sido um dos principais objectivos do novo director da empresa, Tim Davie, que limitou a acção dos seus colaboradores nas redes sociais. Os jornalistas da BBC estão, agora, proibidos de expressar opiniões políticas no Twitter.

Contudo, há ainda outras questões financeiras a ter em conta. O operador público está a ser confrontado com cortes de orçamento e, ao mesmo tempo, com a necessidade de investir numa “grelha” “única e inovadora”.

No final de Janeiro, a direcção anunciou o despedimento de 450 colaboradores, com o objectivo de poupar 95 milhões de libras, até 2022.

O organismo público de radiodifusão explicou, num comunicado de imprensa, que esta medida impulsionaria a "modernização" da redacção, de forma a responder às "necessidades da audiência”.

Recorde-se que, recentemente, a BBC lançou um serviço de “streaming”, de forma a captar uma audiência mais jovem.

Além disso, a empresa conta com uma lado mais comercial, da “BBC Studios”, um projecto responsável por algumas séries de sucesso, como “Fleabag”.

No entanto, as receitas obtidas neste âmbito não são suficientes para colmatar a possível descriminalização do não pagamento da taxa de TV, proposta pelo governo.

Em qualquer caso, a batalha da empresa pública não é apenas contra o governo ou empresas concorrentes, mas, igualmente, contra si própria.

Em suma, no decurso dos seus quase 100 anos de história, a BBC tornou-se uma instituição. Enfrenta grandes desafios, problemas de gestão interna, concorrentes que atraem mais clientes todos os dias, e um governo que não vai facilitar o seu funcionamento.

Mas, por outro lado, ainda pode contar com a confiança dos cidadãos britânicos, que consideram a BBC um símbolo essencial para o funcionamento do país.

Leia o artigo original em "Cuadernos de Periodistas"