As doze estratégias para melhorar o negócio dos media
O texto do estudo é de acesso gratuito aos membros da FIPP, podendo ser adquirido online por outros interessados. Na impossibilidade de citar o original, mencionamos aqui alguma da informação prestada.
Cada um dos doze capítulos referidos cita exemplos concretos. John Wilpers, um dos dois autores do relatório, diz que a receita proveniente dos leitores é o grande “tema do dia”:
Um dos grandes motivos para isto é que as pessoas estão cada vez mais disponíveis para pagarem bons conteúdos num mundo em que há uma proliferação de maus conteúdos espalhados pela Internet.
“Há por aí tanto mau conteúdo que as pessoas estão, finalmente, desejosas de pagar por bom conteúdo. Seguros disto, os editores estão a sentir-se mais confiantes em vender o seu conteúdo.”
Wilpers acrescenta que “os que tiveram êxito em converter o alcance [de audiência] em assinaturas pagas usaram várias estatégias para lá chegar, desde as newsletters regulares, cobrindo temas ‘de nicho’, oferta de assinaturas personalizadas e apontando a grupos de afinidade, no Facebook e na Google, com posts pagos e palavras-passe de busca pagas”.
O seu exemplo é The New Yorker, “onde a receita dos leitores já ultrapassa a da publicidade, em 65% contra 35%”.
O que ele descreve como “a cereja em cima do bolo” é o facto de “os editores terem compreendido que o crescimento das assinaturas está a trazer novas receitas da publicidade, porque o crescimento da circulação paga é um argumento de venda para as marcas”.
Outra revelação do estudo foi a de que a flexibilidade nas paywalls “teve o maior sucesso na conversão do alcance dos conteúdos para assinaturas”. Os editores aprenderam que não é verdade que “o mesmo formato sirva para tudo”.
O exemplo citado é o do Neue Zürcher Zeitung, um diário suíço de língua alemã, de Zurique, que personalizou a paywall em função de 150 variáveis, derivadas de análise de dados, incluindo a frequência de visitas e machine learning, entre outras.
“Esta estratégia de paywall flexível - agora conhecida como ‘portagens’ - aumentou a conversão de alcance para assinaturas em cinco vezes mais, ao longo de três anos. O site do NNZ tem quase 600 mil utentes registados, um aumento de mais de 40 por cento desde 2017, acrescentando entre dez mil e vinte mil utentes por mês.” (...)
O segundo dos autores citados, Andrew Rolf, afirma que “os editores começam a compreender que a melhor forma de combaterem o assim chamado ‘duopólio’ é oferecerem algo que estes ‘enormes gigantes tecnológicos’ não podem oferecer - competência editorial.” (...)
Mais informação no site da FIPP e em Innovation.Media