Alguns dos profissionais entrevistados, como Daniele Grasso, coordenadora da Unidade de Dados do “El País” , elogiaram este novo regime, graças a uma maior flexibilidade de horário.


Contudo, a maioria dos jornalistas confessou que a adopção do teletrabalho foi um choque, já que deixaram de ter contacto com os colegas, o que condicionou a vertente pessoal e criativa.


Além disso, alguns dos colaboradores dos “media” disseram que foi difícil estabelecer uma separação entre a vida profissional e a vida em família.


“Com o trabalho de casa, existe um ‘continuum’ entre o espaço de trabalho e o espaço de lazer. Não existem cortes”, afirmou o jornalista Toni Piqué.


Da mesma forma, Daniel Muñoz destacou que “as horas de trabalho dispararam”.


“Trabalhamos sete dias por semana, principalmente no primeiro mês”, corroborou um outro profissional, que preferiu manter o anonimato. “Trabalhámos sábados e domingos até à meia-noite. Ficámos estourados”.


Contudo, os jornalistas destacam alguns aspectos positivos, como as relações mais próximas com os responsáveis de redacção.


Além disso, os profissionais entrevistados sublinharam que os leitores voltaram a confiar na imprensa, que se focou em restaurar a vertente de serviço público, prestando atenção às necessidades e curiosidade dos cidadãos.


Neste âmbito, surgiram, igualmente, novos formatos de informação.


Destacam-se, neste sentido, os “podcasts”, os infográficos, os fóruns de discussão para leitores, os vídeos e a verificação de factos.


Ainda assim, a pandemia teve efeitos negativos para a profissão, aumentando a instabilidade, bem como a taxa de desemprego.


Com isto, o autor conclui que a pandemia foi uma “tempestade perfeita” para o jornalismo, combinando informações relevantes e essenciais, com o colapso dos modelos de negócio tradicionais, e a precariedade dos colaboradores do sector.



Leia o artigo original em “Cuadernos de Periodistas”