Segundo o jornal digital eldiario.es, que aqui citamos, “na prática, esta medida da FAPE não vai ter qualquer efeito sobre a profissão, mas enquadra-se na intenção de vários sectores que procuram reforçar a profissão dos jornalistas licenciados no mercado de trabalho”. 

É citado o último Relatório Anual da Profissão Jornalística da APM – Asociación de la Prensa de Madrid,  em que os jornalistas desempregados consideram que uma das suas principais dificuldades para obterem trabalho no sector é o facto de os próprios media  “pedirem cada vez menos jornalistas, e mais outros profissionais com diferentes perfis e especialidades”. 

Há presentemente em Espanha, segundo os números do SEPE – Servicio de Empleo Público Estatal,  mais de 6.800 jornalistas inscritos nas listas do desemprego, o que é, ainda assim, uma redução de mais de 35% em relação ao que se passava há cinco anos, quando se chegou a um máximo de dez mil desempregados. 

A decisão da FAPE é conforme à linha seguida pelas escolas profissionais de jornalismo, que foram sempre contrárias à entrada de não-licenciados no sector.  “Exigir a formação para exercer a profissão seria o mais recomendável, mas é quase uma utopia, e neste momento a nossa prioridade é procurar ao máximo evitar a intrusão”  -  diz Xavier Puig, porta-voz do Colegio de Periodistas de Cataluña, um dos nove que existem em Espanha. 

Segundo o presidente da FAPE,  “é o objectivo ideal, todos os jornalistas gostariam que a profissão fosse regulada, é uma coisa que temos vindo a procurar e a defender desde há muito tempo, e não temos conseguido porque chocamos com o Artigo 20º da Constituição”  - que estabelece que todos os espanhóis têm direito “a comunicar ou receber livremente informação verdadeira, por qualquer meio de difusão”.  (...) 

“O jornalismo já não é uma actividade genérica”  - garante Antonio Calvo -  “portanto é lógico que possam aceder ao jornalismo pessoas provenientes de diversos âmbitos”.  Em sua opinião, a medida tomada pela FAPE é “uma decisão anacrónica que atenta contra o futuro da profissão e fecha os olhos diante da realidade”. 


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