O acolhimento que obteve foi fulminante: em Janeiro já contava com cem milhões de aderentes, superior ao observado com outras app, registando, também, um crescimento substancial no  Chat GPT Plus, a versão paga.

Trata-se de um modelo interactivo apetrechado para gerar diálogos reais com os humanos e solucionar dúvidas. Comete ainda erros e tem hesitações. Mas o que já consegue materializar é surpreendente.

Para se ter uma ideia das vantagens - e dos riscos - do Chat GPT, concluído que foi o processo, aliás, simples, da nossa adesão, ensaiámos , entre outras questões, confrontar e desafiar o robot com os seguintes pressupostos:

 “Como poderei escrever sobre o perigo da IA para os jornalistas, perante a sua imensa capacidade de preparar textos em registo automático?”

 A resposta do robot demorou escassos segundos e apareceu redigida nos termos que a seguir reproduzimos na integra:

“A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia que está a mudar a forma como os jornalistas trabalham e a produzir notícias. Embora a IA tenha a capacidade de produzir textos rapidamente e de forma automática, há também perigos associados ao seu uso. Aqui estão alguns pontos que você pode abordar ao escrever sobre esse assunto:

  1. Desumanização da notícia: A produção automática de texto pode levar à perda do elemento humano e da subjectividade na cobertura da notícia. Isso pode levar a uma desconexão com o público e a uma falta de empatia na cobertura de eventos sensíveis.
  2. Erros e imprecisões: Embora a IA possa produzir textos rapidamente, também há o risco de erros e imprecisões, especialmente se a tecnologia não for usada correctamente.
  3. Redução do trabalho de jornalistas: A produção automática de texto pode levar à redução do trabalho de jornalistas, o que pode ser prejudicial para o sector e para a sociedade em geral.
  4. Falta de profundidade: A produção automática de texto tende a ser superficial e a não ter a mesma profundidade e nuance que um jornalista humano poderia oferecer.

Ao escrever sobre o perigo da IA para os jornalistas, é importante destacar esses pontos e discutir a importância da integridade jornalística e do papel dos jornalistas na cobertura da notícia. Além disso, é importante destacar a importância de usar a IA de forma responsável e consciente, a fim de garantir que as notícias continuem a ser precisas, precisas e de qualidade”.

A leitura deste texto, produzido instantaneamente por uma máquina situada algures, tem fortes possibilidades de induzir a ideia de que foi escrito por um humano, com prudente sabedoria…

E não será difícil concluir que o recurso ao Chat GPT – e a outras plataformas em IA,  que já se preparam afanosamente para não deixar o concorrente sozinho em campo, como é o caso  do Bard, como resposta da Google. A experiência, contudo. correu mal na apresentação, afectando, até, o comportamento em Bolsa da Alphabet,

Estamos no limiar de um mundo novo, que poderá alterar radicalmente o exercício do jornalismo, ou da comunicação e marketing, até na elaboração de teses e outros trabalhos académicos, ou mesmo no campo das artes, onde a app já provou a sua versatilidade.

Este site do CPI tem dedicado ao assunto a importância que merece, pela sua natureza inovadora e revolucionária. Mas estamos apenas no início da utilização de uma ferramenta que, à medida que se desenvolver, mudará a fisionomia das coisas, tornando obsoletos os mais sofisticados sistemas de detecção das notícias falsas. 

Se o jornalismo não souber por a máquina ao seu serviço, dominando-a, será a máquina que, num dia não muito distante, controlará o que se escreve e edita num jornal digital, ou na Imprensa que restar em suporte de papel.

Escrever isto hoje não é ser visionário. É ser realista. Voltaremos ao tema.