A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) condenou a recente vaga de censura imposta pelo governo de Narendra Modi, num momento de crescente tensão militar com o Paquistão. A repressão inclui o bloqueio de redes sociais, a remoção de conteúdos online e a detenção de jornalistas. A organização apela às autoridades para que seja reposto o acesso dos cidadãos à informação. 

Desde o atentado de 22 de Abril em Caxemira, administrada pela Índia, que as relações indo-paquistanesas têm vindo a deteriorar-se. Paralelamente, tem-se intensificado a repressão da imprensa independente. No dia 7 de Maio, o jornalista freelancer Hilal Mir foi detido por, alegadamente, ter publicado um comentário “subversivo” no Facebook, relativo à política das autoridades sobre a situação na Caxemira indiana. 

“As autoridades indianas também procuraram abafar as vozes independentes online, bloqueando contas nas redes sociais, como as do site noticioso independente Maktoob e da chefe de redacção do Kashmir Times, Anuradha Bhasin. O site do canal independente The Wire foi bloqueado em todo o país. Esta vaga de repressão vem juntar-se à proibição de 16 canais paquistaneses no YouTube, incluindo os canais de meios de comunicação social reconhecidos”, acrescentam os RSF.   

Célia Mercier, chefe da secção da RSF para a Ásia do Sul, considera que, “numa altura de tensões militares extremas com o Paquistão, o bloqueio dos meios de comunicação social online e das contas das redes sociais constitui uma violação dramática do direito a uma informação fiável. Além disso, a desinformação está a proliferar na Índia - incluindo imagens falsas e conteúdos gerados por inteligência artificial - e a restrição do acesso a fontes de notícias fiáveis apenas amplifica este caos informativo”. 

(Créditos da imagem: RSF)