Agravou-se a situação em Gaza com jornalistas vítimas do conflito

A Al Jazeera acusou Israel de ter assassinado dois dos seus jornalistas em Gaza, identificados como Hamza Dahdouh e Mustafa Thuria, durante uma missão. Os Repórteres sem Fronteiras denunciam um "massacre sem fim" em Gaza, relembrando que 79 jornalistas perderam a vida nos últimos três meses.
Em comunicado, a Al Jazeera informou sobre as mortes de Dahdouh e Thuria, e revelou que um terceiro freelancer, Hazem Rajab, ficou ferido. O Ministério da Saúde de Gaza confirmou as mortes, atribuindo a responsabilidade a um ataque israelita.
Hamza Dahdouh, filho do chefe de gabinete da Al Jazeera em Gaza, Wael Dahdouh, que perdeu a mulher, dois filhos e um neto num ataque israelita anterior em outubro, “entrou” em directo na Al Jazeera pouco depois da notícia da morte do seu filho.
"O mundo inteiro deve olhar para o que está a acontecer aqui na Faixa de Gaza", disse. "O que está a acontecer é uma grande injustiça para com pessoas indefesas, pessoas civis. Também é injusto para nós, jornalistas".
O Comité para a Protecção dos Jornalistas manifestou preocupação com os riscos enfrentados pelos jornalistas em Gaza, destacando as ameaças exponenciais que enfrentam.
"Os jornalistas de Gaza, em particular, pagaram, e continuam a pagar, um preço sem precedentes e enfrentam ameaças exponenciais", afirmou Sherif Mansour, da organização, num comunicado. "Muitos perderam colegas, famílias e fugiram em busca de segurança quando não há refúgio ou saída segura".
O Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas expressou preocupação nas redes sociais sobre o elevado número de mortes de trabalhadores dos meios de comunicação social em Gaza, apelando a investigações exaustivas e independentes para garantir o cumprimento do direito internacional.
Testemunhas relataram à agência noticiosa AFP que dois “rockets” foram disparados contra o carro que transportava os dois jornalistas, Hamza Dahdouh e Mustafa Thuria.
O exército israelita declarou à AFP ter "atingido um terrorista que operava um avião que constituía uma ameaça para as tropas das FDI", acrescentando ter "conhecimento dos relatos de que, durante o ataque, dois outros suspeitos que se encontravam no mesmo veículo que o terrorista também foram atingidos".
A Al Jazeera afirmou em comunicado que "condena veementemente o ataque das forças de ocupação israelitas ao carro dos jornalistas palestinianos" e acusou Israel de "visar" os jornalistas e "violar os princípios da liberdade de imprensa".