Relatório internacional explica origens das notícias falsas
A desinformação tem-se estabelecido enquanto uma das principais preocupações dos jornalistas e dos especialistas em “media”, que temem os efeitos das “fake news” na vida dos cidadãos, e na saúde das democracias.
Por isso mesmo, o Aspen Institute publicou, agora, um novo relatório, que explica as origens do fenómeno das notícias falsas, os mecanismos que estão a mantê-lo vivo, e aquilo que podemos fazer para combatê-lo.
Em primeiro lugar, o Aspen Institute começa por explicar que as “fake news” resultam de problemas estruturais profundos . Isto porque, de acordo com os responsáveis pelo estudo, as notícias falsas não surgiram de um vácuo.
Ou seja, o aparecimento e partilha de notícias falsas é promovido por desequilíbrios sociais e políticos, que levam os cidadãos a desconfiarem do sistema vigente, e a depositarem a sua esperança em modelos disruptivos.
Estes mecanismos, alerta o Aspen Institute, servem, depois, para satisfazer objectivos políticos e económicos de indivíduos mal intencionados, que procuram, por exemplo, “influenciar os resultados de eleições”.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, isto continuará a acontecer enquanto não forem introduzidas ferramentas eficazes, que consigam responder, rapidamente, aos problemas reportados pelos consumidores.
Contudo, a aplicação de ferramentas e mecanismos levanta outras questões, já que ainda estão por definir as entidades que deveriam ser incumbidas de supervisionar o seu funcionamento.
Novembro 21
Os autores ressalvam, porém, que mesmo que sejam accionadas medidas de combate à “fake news”, o problema nunca estará totalmente solucionado.
Isto porque, afirmam os autores, as notícias falsas são um espelho para os comportamentos humanos.
Ou seja, enquanto a sociedade não tiver a capacidade de erradicar determinados problemas, a desinformação continuará a encontrar uma forma de circular, quer “online”, quer no “mundo real”.
Ainda assim, os investigadores traçaram algumas soluções, para que a quantidade de “fake news” possa ser reduzida substancialmente, ainda que nunca desapareça na sua totalidade.
Em primeiro lugar, os autores do relatório consideram essencial que as plataformas “online” melhorem os seus níveis de transparência algorítmica. Com a implementação desta medida, afirmam os investigadores, as empresas deixariam de lucrar com a disseminação de “fake news”.
Em segundo lugar, os responsáveis pelo estudo defendem que os “media” deveriam melhorar a sua percepção de confiabilidade junto dos consumidores, para que os cidadãos deixem de recorrer às redes sociais como principal fonte de informação noticiosa.
Por fim, de forma a reduzir os danos causados pela informação falsa, os autores defendem a criação de “workshops” de literacia mediática, além da responsabilização dos autores de conteúdos prejudiciais.
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