“Órfãos de notícias” exigem novos apoios ao jornalismo local
Nos últimos anos, o jornalismo local passou a ser considerado indispensável para o bem-estar das comunidades, uma vez que, em tempos de pandemia, informou os cidadãos sobre as mutações do vírus, sobre as directivas governamentais e, ainda, sobre o processo de inoculação.
Perante este cenário, diversos especialistas em “media” passaram a expressar a sua preocupação quanto ao desaparecimento de jornais locais nos Estados Unidos, ao surgimento de “desertos noticiosos”, e aos “órfãos da informação”.
Conforme apontou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria, esta situação fez com que o professor Robert McChesney e o jornalista John Nichols propusessem um novo plano de financiamento dos “media” comunitários.
Este modelo, explicou Castilho, prevê financiamento público para projectos jornalísticos sem fins lucrativos, cujos fundos seriam controlados pelos residentes das respectivas cidades ou bairros, tendo como preocupação obrigatória a promoção da diversidade e confiabilidade das notícias publicadas.
Esta proposta levantou, contudo, diversas questões, uma vez que alguns especialistas consideram que o dinheiro governamental pode vir a influenciar a linha editorial dos “media”.
Dezembro 21
Além disso, os mesmos críticos afirmam que os problemas financeiros dos “media” só serão solucionados quando o jornalismo começar a promover uma relação de confiança e proximidade com as audiências.
Por sua vez, Carlos Castilho defende a urgência de implementar medidas governamentais para assegurar a sobrevivência dos jornais locais, já que muitos cidadãos ficaram "órfãos" de notícias, passando a recorrer às redes sociais como principal fonte de informação.
Ainda assim, o autor defende que a introdução deste tipo de financiamento irá exigir a alteração do “modus operandi” jornalístico, forçando os profissionais a interagirem com o público, a fim de garantir a satisfação das necessidades informativas dos cidadãos.
Este quadro apresenta-se, assim, como um “desafio para pessoas comuns que foram, até agora, relegadas à posição de espectadores”, e como um “dilema para os jornalistas, que deixarão de ser os donos da verdade informativa, para se tornarem moderadores na produção de notícias”.
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