“Quando nos tornamos especialistas em alguma temática -- prosseguiu -- acabamos por formar as nossas próprias opiniões. Precisamos de ser objectivos nos métodos de reportagem. Ter a certeza de que a nossa investigação é verdadeira e justa. Mas não precisamos de fingir  que não temos sentimentos sobre aquilo que cobrimos”.


“No que diz respeito ao activismo, considero que é diferente do jornalismo. Mas também penso que, em certa medida, o jornalista acaba por ser um activista já que, nos EUA, acreditamos que os ‘media’ existem para responsabilizar pessoas em posições de poder, e para dar voz aos mais vulneráveis”.


“Acreditamos que o jornalismo é necessário para a democracia. E qualquer posição que tomemos vai ser activa, nunca será neutra. O meu activismo toma forma quando escrevo e exponho injustiças. Há quem o faça através de manifestações nas ruas”.


“Não acho que deva estar envolvida nas duas frentes, mas não posso fingir que não exista activismo por detrás das minhas motivações para me ter tornado jornalista”.


Perante estas declarações, o autor considera que o actual panorama jornalístico está a desafiar a própria definição da profissão, levando-nos a encarar os “media” como uma forma social de conhecimento humano.


Contudo, reforça Pantoja Lima, isto não significa que os jornalistas possam abdicar do rigor investigativo, sem esquecer a diversidade de opiniões e de pontos de vista presentes na realidade histórico-social.



Leia o artigo original em “Observatório da Imprensa”