Directivas (possíveis) para a cobertura das eleições brasileiras
As eleições presidenciais brasileiras de 2018 foram influenciadas por uma corrente de “fake news”, disseminadas através de aplicações de mensagens instantâneas e das redes sociais.
Por isso mesmo, com o aproximar do novo processo eleitoral, agendado para 2 de Outubro, os jornalistas terão de trabalhar para garantir uma cobertura noticiosa ética, ajudando os cidadãos a navegar noutra possível vaga de notícias falsas, considerou Lívia de Souza Vieira num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Neste âmbito, continuou Souza Vieira, os “media” deverão apostar em reportagens investigativas, que apresentem provas, em detrimento de meras declarações especulativas.
Da mesma forma, é recomendável que os jornalistas evitem usar fontes anónimas em artigos políticos, uma vez que isto pode aumentar a desconfiança dos cidadãos quanto ao trabalho da imprensa.
Ou seja, ressalvou a autora, é necessário que os jornais investiguem os boatos que circulam nas redes sociais, para que os cidadãos tenham acesso à desmistificação de notícias falsas, podendo formar as suas próprias opiniões quanto aos candidatos presidenciais.
No mesmo sentido, Souza Vieira recordou que, este ano, é provável que as notícias falsas circulem de formas inovadoras. A título de exemplo, calcula-se que tenham sido desenvolvidas novas ferramentas, que permitam contornar os algoritmos de detecção de “fake news”.
Março 22
Além disso, alguns especialistas acreditam que as forças políticas tenham recrutado cidadãos para disseminar mensagens ideológicas, “disfarçadas” de incentivos ao empreendedorismo e individualismo.
A articulista considerou, igualmente, que os jornalistas deverão evitar reproduzir comentários e opiniões sensacionalistas, que não acrescentem valor noticioso, e que sirvam, apenas, para captar a atenção do público.
Por outro lado, concluiu, é preciso garantir a pluralidade de pontos de vista, como forma de apoiar a democracia eleitoral.
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