“Conflito de interesses” na CNN dos EUA compromete audiências
A CNN atraiçoou as suas audiências, durante os primeiros meses da pandemia, dando prioridade ao crescimento, em prejuízo da prática de um jornalismo responsável e de qualidade, considerou David A. Graham, num artigo publicado no “site” da revista “Atlantic”.
Conforme apontou Graham, isto aconteceu porque a CNN não procurou evitar conflitos de interesses, algo essencial para assegurar a objectividade e isenção do jornalismo.
Um dos casos mais preocupantes, continuou o autor, foi o de Chris Cuomo que, no início da crise sanitária, entrevistou o seu irmão, Andrew Cuomo, à época governador do Estado de Nova Iorque, sobre as medidas de emergência para a contenção do vírus.
Ora, se, por um lado, um programa que conta com a interacção de dois familiares pode ser considerado “charmoso”, por outro lado, é provável que uma entrevista deste género não seja conduzida com a imparcialidade desejada.
Outra das questões a ter em conta é a amizade do ex-presidente da CNN, Jeff Zucker, com aquele político. Isto porque, mesmo se tivesse sido escolhido outro jornalista para aquela entrevista, é provável que Zucker interviesse, directa ou indirectamente, nas perguntas seleccionadas.
Contudo, a proximidade entre os intervenientes não é o único factor a ter em conta, uma vez que um artigo recente do “New York Times”, sugere que as questões e respectivas respostas haviam sido, previamente, acordadas.
Um porta-voz de Zucker desmentiu, entretanto, estas alegações, afirmando que ninguém aconselhou Andrew Cuomo quanto às respostas que deveria dar.
Fevereiro 22
É provável, continuou o autor, que os pormenores deste incidente nunca venham a ser desvendados, mas, independentemente disso, fica claro que a ética jornalística da CNN foi ameaçada.
Como tal, a CNN tem vindo a destruir a sua reputação enquanto canal informativo de referência, apesar de tentar passar uma imagem de “superioridade” relativamente a outras emissoras, tais como a Fox News.
Perante este cenário, concluiu Graham, se a CNN quiser manter o título de “marca mais confiável do mercado”, terá de rever a sua linha editorial, e “limpar o seu nome”, após um “episódio desastroso”.
Os vídeos de animação e grafismo digital parecem ter efeitos benéficos na apreensão da informação noticiosa por parte do público. Quem o diz é Mike Beaudet, repórter de investigação e...
A empresa de inteligência artificial (IA) Perplexity começou a partilhar as receitas da publicidade com as organizações de media suas parceiras, noticia a Press Gazette. O anúncio de que esta...
O verdadeiro negócio das redes sociais não são os serviços de envio e recepção de mensagens, partilha de informações e participação em fóruns que as plataformas disponibilizam aos seus...
Embora se definam apenas como plataformas tecnológicas, as redes sociais influenciam as opiniões pessoais. Os especialistas em comunicação, como Rasmus Kleis Nielsen, autor do artigo News as a...
De acordo com Carlos Castilho, do Observatório de Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém uma parceria, o jornalismo enfrenta, actualmente, dois grandes desafios, nomeadamente,...
Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea, reflectiu acerca da receita de publicidade digital dos media, que, em grande parte, fica nas mãos de grandes empresas de tecnologia,...
Num texto publicado na revista ObjETHOS, um dos seus pesquisadores, Raphaelle Batista, reflectiu sobre o papel que o jornalismo teve no Brasil durante 2022, assim como o que deve ser mudado.
Batista...
O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem...
Algumas organizações criaram um novo guia, Dimensions of Difference, para ajudar os jornalistas a entender os seus preconceitos e a cobrir melhor as diferentes comunidades. Este projecto baseia-se...