Como um “site” italiano passou da “fofoca” para reportagens de investigação
Em meados dos anos 2000, o empresário Francesco Cancellato criou uma página no Facebook, onde partilhava textos e vídeos noticiosos, sobre diferentes temas de interesse para os cidadãos italianos: o “Fanpage”.
Contudo, com o passar do tempo, Cancellato apercebeu-se de que poderia investir num “site” jornalístico, contratando os seus primeiros colaboradores.
Assim, aquilo que, no início, foi considerada apenas mais uma plataforma de “jornalismo cor-de-rosa”, depressa se transformou num espaço noticioso diferenciado, que publica, agora, reportagens de investigação, e que tem impacto na vida política italiana.
Conforme apontou Cancellato ao “Guardian”, o ponto de viragem deu-se em 2018, ano em que um dos seus colaboradores, o jornalista Sacha Biazzo, começou a investigar as ligações entre figuras políticas e a máfia napolitana.
Um dia após a publicação dessa reportagem, as autoridades policiais entraram na redacção do “Fanpage”, para analisarem os materiais de investigação, em busca de provas para a detenção das figuras políticas envolvidas.
“Esse momento foi um ponto de viragem”, disse Biazzo. “A partir daí, os leitores aperceberam-se de que não éramos um ‘site’ de ‘fofocas’. Começaram a encarar-nos como uma plataforma investigativa, que podia ter efeitos na vida política”.
Agora, quase quatro anos após a publicação do “artigo que mudou tudo”, o “Fanpage” conta com 67 jornalistas, entre os quais repórteres de investigação, que procuram escrutinar as acções das autoridades nacionais.
Janeiro 22
“A partir de Nápoles, a ‘Fanpage’ conseguiu reportar sobre os problemas do sul de Itália, além de ter contratado vários jovens jornalistas, que manifestavam dificuldades em integrarem-se no mercado de trabalho tradicional”, disse o editor Adriano Biondi.
Desta forma, garantiu o fundador, Francesco Cancellato, a “Fanpage” quer “manter-se relevante e jovem”, distinguindo-se dos títulos generalistas da imprensa italiana.
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