O Nieman Lab analisa um novo relatório do Pew Research Center que revela um crescente cepticismo por parte do público americano relativamente ao impacto da inteligência artificial no jornalismo. Os dados mostram que cerca de metade dos adultos nos EUA acreditam que a IA terá um impacto muito (24%) ou um pouco (26%) negativo nas notícias nos próximos 20 anos, enquanto apenas 10% veem um efeito positivo. Cerca de um quarto (23%) afirmam que o impacto da IA nesta área será igualmente positivo e negativo. Outros 16% dizem que não têm a certeza. 

O estudo mostra que mesmo os americanos que veem a IA com optimismo noutras áreas são cautelosos quanto à sua influência no jornalismo. Um dado particularmente preocupante para os profissionais da área é que 59% dos inquiridos acreditam que a IA levará à perda de empregos no jornalismo, contrastando com uns meros 5% que acham que poderá gerar mais empregos. Outros dizem que a IA não fará muita diferença (17%) ou que não têm a certeza (19%).   

Ainda assim, existe um pequeno alento: 41% dos americanos acreditam que uma IA ainda não consegue escrever uma notícia melhor do que um jornalista humano, contra 19% que acham o contrário. Ainda assim, 40% estão divididos entre achar que o desempenho seria igual ou não têm certeza. 

Em termos comparativos, o jornalismo está entre as profissões consideradas mais vulneráveis à automação, embora não tanto quanto os operários fabris (67%) ou os empregados de caixa (73%). Já profissões como médicos (28%) e advogados (23%) são vistas como menos ameaçadas. 

Este relatório confirma que o receio sobre o impacto da IA nos media não é exclusivo dos profissionais da comunicação: é partilhado também pelo seu público. Como conclui o Nieman Lab, "o público não está convencido de que os robôs irão melhorar o jornalismo — ou proteger os empregos de quem o faz". 

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