O relatório da Arcemedia de Outubro revela que só o YouTube responde por 15,92% da publicidade digital. As redes e os motores de busca superam largamente tudo o que é faturado pela publicidade televisiva: 1.554 milhões de euros contra 1.143 da TV. Segundo a Arcemedia, os “media” digitais recebem três vezes menos (541 milhões), o rádio recebe 273 e a imprensa 218.

“Para agravar a situação, a pirataria de conteúdos digitais reduz em 420 milhões de euros os meios tradicionais, que são os que fornecem informação de qualidade tão necessária num mundo de desinformação avassaladora, segundo o Observatório da Pirataria e Hábitos de Consumo de Conteúdos Digitais. O consumo ilegal de informação digital triplica o consumo legal”.

“Vivemos num mundo dominado pelo chamado pensamento rápido, sem reflexão profunda, intuitivo”, segundo o Prêmio Nobel, de Economia, Daniel Kahneman, o que “domina as redes sociais e esvazia as bibliotecas”.

Mas o que se pode fazer enquanto se resolve esse interregno entre o que morre e o que ainda não nasceu? Segundo o autor bastante.

Primeiro aconselha a não depender de apenas uma plataforma porque elas mudam os seus objetivos à medida que competem entre si. Deve aproveitar-se essa circunstância porque desse modo será possível uma adaptação mais ágil. É aconselhado também o pleno uso de ferramentas como Google Analitycs, Chatbeat ou Crowdtangle da Meta e não misturar boa informação com lixo. “O foco no jornalismo original de qualidade é a espinha dorsal dessa estratégia”.

Por outro lado, as fontes de rendimento devem ser diversificadas, “não dependa muito da publicidade, que está em crise existencial”, recomenda. As ferramentas de última geração como o ChatGPT, podem ajudar muito a “media”, principalmente nos trabalhos de investigação.

Por último, termina com uma afirmação de Oprah Winfrey nos Globos de Ouro de 2018: "Valorizo ​​a imprensa mais do que nunca enquanto tentamos navegar nesses tempos difíceis."