Quando as novas tendências digitais moldam o futuro

Um relatório da FT Strategies baseou-se nas previsões do Reuters Institute for the Study of Journalism para destacar os principais desafios e oportunidades que o ano de 2025 reserva para o jornalismo.
Destacamos os pontos-chave desta análise:
- Jornalismo resiliente, apesar dos desafios: O Reuters Institute revelou que quatro em cada dez jornalistas estão confiantes quanto ao futuro do jornalismo. As margens EBITDA foram de 5% em 2024, o que levanta questões sobre a viabilidade económica do sector. “A indústria enfrenta desafios crescentes, como a concorrência no mercado de publicidade digital e o declínio das receitas de impressão”. As projecções de receita indicam que, embora a maioria dos jornais espere estabilidade ou crescimento entre 2024 e 2027, esse crescimento será mais modesto;
- O “desafio existencial” das pesquisas: A pesquisa em motores de busca continua a ser uma “tábua de salvação” para a descoberta de notícias, mas a incorporação de inteligência artificial (IA) nos algoritmos de pesquisa tem diminuído a sua previsibilidade;
- O “estado das coisas” nas plataformas digitais: Em 2024, foi registada uma queda significativa de tráfego social em todas as plataformas. O Facebook continua a ser a principal fonte de tráfego social, apesar de um declínio de 21%. O X teve um declínio de 34% e plataformas em crescimento, como o TikTok, o Instagram e o LinkedIn, também sofreram quedas no tráfego. Por outro lado, as plataformas de IA estão a afirmar-se como fontes de referência para o jornalismo;
- Jornalismo digital em crescimento: As organizações noticiosas estão a acelerar os esforços para aumentar a sua dependência dos fluxos de receitas digitais. O relatório indica que os editores de notícias esperam uma transição das receitas da publicidade e da impressão para o digital nos próximos três anos, com um crescimento previsto de 9% nas receitas digitais;
- O surgimento de criadores de conteúdo no jornalismo: A investigação do Reuters Institute demonstrou que a audiência jovem valoriza mais os influenciadores e jornalistas independentes do que as marcas tradicionais de notícias. As ferramentas baseadas em IA estão a permitir que criadores independentes produzam conteúdo de forma mais eficiente;
- Reter talento no sector: Segundo o Reuters Institute, os executivos estão confiantes em relação à atracção e retenção de jornalistas, mas não sentem o mesmo em relação aos profissionais no departamento de tecnologia e dados;
- A “fatiga noticiosa”: existe uma preocupação com o facto de a agenda noticiosa poder estar a afastar o público. Alguns meios estão a tentar contrariar esta tendência com a aposta num “jornalismo construtivo e positivo”;
- A chegada da IA às redacções: a IA generativa é vista com optimismo enquanto ferramenta que permite poupar tempo e esforço. Ainda assim, é salientada a falta de formação adequada para a sua total implementação;
- Interfaces conversacionais e assistentes virtuais – uma possibilidade?: É esperado que a evolução da assistência virtual, como o ChatGPT ou a Alexa, tenha um impacto significativo na interacção dos leitores com o jornalismo no futuro: “Dado o provável aumento do desempenho e popularidade destes agentes, é importante que se reflicta a longo prazo sobre as implicações que poderão ter na distribuição de conteúdos e no comportamento online dos utilizadores”.
(Créditos da imagem: VectorJuice no Freepik)