A Associated Press definiu as suas orientações sobre a utilização da Inteligência Artificial (IA): vai continuar a fazer experiências recorrendo a esta ferramenta, mas não vai utilizar a IA para criar conteúdos ou imagens para publicação. Embora a tecnologia esteja a ser adoptada por várias indústrias, à medida que se torna mais eficaz, os meios de comunicação continuam a questionar-se sobre a ética e as vantagens da utilização da ferramenta.

Enquanto algumas organizações estão a implementar regras restritivas para a incorporação da IA nos seus fluxos de trabalho, outras estão a abraçar esta nova tecnologia, como é o caso de um anúncio de emprego recente do Newsquest Media Group, no qual procurava "repórter assistido por IA".

Segundo o anúncio, o candidato escolhido "estará na vanguarda de uma nova era no jornalismo, utilizando a tecnologia de IA para criar conteúdos nacionais, locais e para as nossas marcas de notícias, aplicando ao mesmo tempo as suas competências de jornalismo tradicional". O jornalista trabalhará com IA para "ajudar a escrever artigos noticiosos" e "integrará conteúdos gerados por IA em redações de diferentes dimensões".

Anúncios de emprego como este mostram como a indústria está dividida quanto ao tema da utilização da IA para criar conteúdos para notícias. Actualmente, estão disponíveis cursos específicos para aprender a implementar a IA nas redações e de que forma esta ferramenta pode ser útil.

Perante estes avanços, é preciso recordar que a IA é uma máquina de linguagem e não um criador de informação, o que torna o fator humano fundamental para a produção de conteúdos.

Esta tecnologia tem sido apresentada, contudo, como uma “ajuda” para as redações mais pequenas, com recursos humanos e orçamentos limitados.

A News Corp Australia está a produzir 3.000 artigos por semana recorrendo à IA generativa, para criar histórias sobre temas como o tempo, os preços dos combustíveis e as condições de trânsito. 

Já um diário regional de Nottinghamshire, no Reino Unido, anunciou que também já estava a testar a utilização da IA. A editora do jornal, Natalie Fahy, escreveu aos leitores que o diário regional, propriedade da Reach, irá utilizar a IA para gerar resumos de alguns dos seus artigos mais longos, que serão serão posteriormente verificados por um redator e no final será sempre colocada uma nota com a informação de que foi utilizada a IA.