Opinião
Terrorismo Digital
Os ataques digitais traduzem novas formas de terrorismo. Digitais, mas terroristas. Não são claros todos os interesses envolvidos. Nem todos os interessados. Nem a escala que estas situações têm ou podem vir a ter. Mas um ataque digital como aquele que vitimou os sites da Impresa no início do ano, é um ataque a todos nós - meios de comunicação social, empresas, instituições e cidadãos.Trata-se da liberdade de informar e de manter a sociedade informada, através dos meios digitais. Mas trata-se também de um ataque à liberdade, globalmente entendida. Se os dados pessoais ou de qualquer outra natureza forem comprometidos por ataques anónimos e cobardes é a liberdade - de todos e com todas as suas valências - que é posta em causa.A liberdade implica transparência. O crime vive da opacidade. Por isso, também neste domínio, é indispensável favorecer a transparência e a identificação - dos cidadãos e da multiplicidade de entidades que convivem na esfera digital. Maus exemplos não faltam. Os perfis falsos, ao abrigo dos quais se intoxica e ofende com toda ‘a valentia’, deviam ser banidos. As manipulações digitais globais, como tem sucedido em eleições em diversos países, devem ser ativamente prevenidas e combatidas.
Janeiro 22
A globalização digital, como qualquer outra realidade humana, tem que ser governada. Tal não implica reduzir a liberdade. Trata-se, isso sim, de tomar medidas que a garantam.
Sem governação da globalização, a liberdade - a liberdade de todos nós - fica à mercê das mãos sinistras de um inimigo opaco e sem rosto. Não há pior.
(Editado originalmente no site da Rádio Renascença)