Menos de um mês depois de a G/O Media ter anunciado que o site de notícias Jezebel, conhecido pelas suas reportagens, iria ser encerrado, a publicação encontrou um comprador.

A revista Paste anunciou que iria reactivar o site e o cofundador e editor-chefe da Paste, Josh Jackson, justificou ao New York Times que "a ideia de não haver uma Jezebel neste momento não parecia fazer sentido".

A compra foi efectuada três semanas depois de o CEO da G/O Media, Jim Spanfeller, ter dito aos empregados, num memorando, que tinha tomado "a decisão muito, muito difícil de suspender a publicação" da Jezebel devido aos desafios financeiros em curso.

"Quero que eles ultrapassem os limites", disse Jackson, acrescentando que acredita que há anunciantes que "terão a coragem de ir até onde está o público".

Descreveu ainda o Jezebel como "o site por excelência para as mulheres da geração do millenial que cresceram com isso".

"É um site que lhes ensinou o que podiam ser. E quero o mesmo para a geração Z, e trazer as vozes da geração Z", afirmou.

No início deste mês, a empresa-mãe do Jezebel, a G/O Media, anunciou que o site seria encerrado e que toda a equipa seria despedida.

"Infelizmente, o nosso modelo de negócio e o público que servimos em toda a nossa rede não se alinham com o da Jezebel", escreveu Jim Spanfeller, o director executivo da G/O Media, num memorando enviado aos colaboradores a 9 de novembro.

De acordo com o The Daily Beast, 23 colaboradores da G/O foram despedidos, incluindo a equipa editorial de sete pessoas da Jezebel e o director editorial da G/O, Merrill Brown.

Jezebel foi fundada como parte da Gawker em 2007, foi vendido à Univision quando a Gawker fechou em 2016 e pertencia à “umbrela” G / O desde 2019. 

Spanfeller terá começado a avaliar os redactores com base em "scorecards" orientados por algoritmos que atribuíam pontos com base no tráfego e no envolvimento, dando prioridade à quantidade em detrimento da qualidade. Os colaboradores também se queixaram de que este teria bloqueado oportunidades internas de crescimento ao contratar e promover a sua filha no espaço de um ano.

Em agosto, a mais recente editora-chefe da Jezebel, Laura Bassett, demitiu-se, escrevendo na rede social X que "a empresa que nos detinha recusava-se a tratar a minha equipa com decência humana básica". É uma das sete editoras-chefes que se demitiram da G/O só este ano.

Sobre a gestão da Jezebel, Spanfeller escreveu que "a sua cobertura urgente e inovadora dos direitos reprodutivos nesta era pós-Roe, bem como outras questões fundamentais para as mulheres modernas, afirmaram o legado histórico da marca como o site que mudou para sempre os meios de comunicação das mulheres".

Apesar de ter encerrado as operações, afirmou que não tinha "desistido do Jezebel" - embora a sua decisão de despedir toda a equipa sugerisse o contrário. O encerramento do site foi alvo de fortes críticas entre leitores e jornalistas, dando origem a inúmeras homenagens emotivas.

Neste momento, disse Jackson ao Times, nem o Jezebel nem o Splinter, outro site de G/O encerrado que a Paste também comprou, têm empregados. Ele planeia contratar primeiro um editor-chefe para o Jezebel e contratar alguns redactores. Ele disse que conversou com alguns ex-colaboradores do Jezebel e vê a publicação como "o site por excelência para as mulheres da geração do millenial que cresceram com isso", acrescentando que "é um site que lhes ensinou o que elas poderiam ser". Ele continuou: "Quero o mesmo para a Geração Z, e trazer as vozes da Geração Z".