Num texto não vinculativo, com amplo apoio dos eurodeputados (356 votos a favor, 32 contra e 42 abstenções), o Parlamento Europeu "exorta" as autoridades marroquinas a "respeitar a liberdade de expressão e a liberdade dos meios de comunicação social" e a "garantir aos jornalistas presos um julgamento justo". Revela o Le Figaro.

Os eurodeputados, insistem em particular no caso de Omar Radi. O jornalista independente, conhecido pelas suas posições críticas ao poder, foi detido em 2020 e condenado, em recurso, em Março, a seis anos de prisão por “violação” e “espionagem”, acusações que sempre negou.

“Muitos direitos de defesa não foram respeitados, o que mancha todo o julgamento com injustiça e parcialidade”, consideram os eurodeputados, que pedem a sua libertação provisória, bem como a de Taoufik Bouachrine, outro jornalista preso e exigem "o fim do assédio a todos os jornalistas do país".

As autoridades marroquinas asseguram que a justiça é independente e que as condenações dos jornalistas "não têm nada a ver" com o seu trabalho jornalístico. A Human Rights Watch, ao contrário, denunciou em Julho o desenvolvimento de "técnicas dissimuladas de repressão" contra oponentes.

Esta resolução sobre a media em Marrocos também menciona o suposto envolvimento de Rabat, no escândalo de corrupção que abala o Parlamento Europeu desde Dezembro. O Parlamento Europeu diz estar “profundamente preocupado” com “as alegações de que as autoridades marroquinas corromperam membros do Parlamento Europeu”.

Reafirma ainda, a sua determinação em "investigar cabalmente os casos de corrupção envolvendo países terceiros que procuram influenciar o Parlamento Europeu". (Foto obtida no jornal Le Figaro)