Spotify aposta na inovação e entra no mercado dos vídeos e televisão

A notícia é muito recente, e o vice-presidente da empresa, Shiva Rajamaran, admite que “estamos numa fase final de testes”. O aplicativo começou a testar a aceitação dos novos conteúdos em 10% dos seus utentes, mas reconhece que chegou mais tarde do que o previsto. “Fizemos experiências de forma muito intensa. Não pensávamos demorar tanto, mas a nossa meta era ambiciosa, por isso queríamos experimentar e testar” - explica Shiva Rajaraman.
A correspondente do El País em San Francisco, EUA, escreve que os primeiros conteúdos “são distribuídos nos Estados Unidos, no Reino Unido, Alemanha e Suécia, o país de origem da empresa e, por enquanto, só na versão para Android - contrariando um hábito da indústria tecnológica de normalmente privilegiar os utentes de iPhone; a força da plataforma móvel do Google reverteu a tendência”.
Apesar de esta opção ter sido anunciada em Maio do ano passado, a sua chegada, agora, surpreendeu pelo tipo de conteúdo adicionado. Não se trata de “clips” musicais, mas de episódios de programas populares de televisão. Os associados são, para já, a ESPN (para os desportos), Comedy Central (humor), BBC (notícias e séries), Vice Media (com reportagens de investigação para os mais jovens) e Maker Studios (entretenimento e tecnologia também para jovens).
O Spotify conta com 75 milhões de utentes, dos quais 20 milhões são assinantes pagos. Está avaliado em 8,5 bilhões de dólares. O maior desafio que enfrenta com o vídeo é a atenção visual. Para a maioria dos consumidores, o Spotify é um aplicativo que acompanha a rotina diária, algo como música de fundo em segundo plano, mas não um serviço que exija olhar para o visor.
Segundo Daniel Ek, presidente da empresa, o vídeo será uma fonte interessante de receita. A entrada no campo do vídeo significa penetrar no tráfego de uma via já dominada por gigantes como o YouTube, Snapchat e Facebook.