Estudo revela que cidadãos conservadores nos EUA sentem-se “estereotipados” pelos “media”
Várias investigações e pesquisas revelaram que o público conservador e/ou direita confia menos nos “media” do que o público de esquerda e/ou progressista, e que esta lacuna tem vindo a crescer, pelo menos no que diz respeito ao mercado dos Estados Unidos.
Há apenas cinco anos, a publicação “The Hill” relatou que 70% dos republicanos tinham, pelo menos, “alguma” confiança no trabalho jornalístico. Em 2021, a percentagem caiu substancialmente, e apenas 35% pensam da mesma forma.
Em sentido contrário, os democratas demonstram-se muito interessados em consumir “media”, já que 78% destes cidadãos norte-americanos dizem ter "muita" ou "alguma" confiança na imprensa.
Por outras palavras, verifica-se uma crescente desconexão entre o público conservador e os “media” nos Estados Unidos.
De forma a mitigar este problema, o Center for Media Engagement (CME) da Universidade do Texas, e a organização Trusting News realizaram um estudo junto de 27 publicações noticiosas, como forma de analisar a raiz deste problema, e encontrar soluções para recuperar a confiança dos cidadãos conservadores.
Uma das principais conclusões do estudo, liderado por Marley Duchovnay e Gina M. Masullo, é de que os leitores conservadores sentem que são retratados de forma “estereotipada” pelos “media”. Além disso, estes cidadãos consideram que os jornalistas têm uma conduta preconceituosa para com as opiniões de direita.
Alguns dos consumidores de notícias entrevistados disseram, ainda, que essa visão limitada dos conservadores os fazia “ter receio” de expressar as suas opiniões.
Outubro 21
Assim, com base nas respostas da pesquisa e entrevistas aprofundadas, a equipa de pesquisa sugeriu abordagens que os jornalistas podem adoptar, para estabelecer uma melhor relação com o público de direita e /ou conservador.
Em primeiro lugar, os investigadores sugerem que os profissionais dos “media” estejam abertos a ouvir quaisquer pessoas, afastando-se das suas próprias convicções. Neste contexto, os jornalistas devem ouvir uma variedade de vozes, assegurando a representação de vários pontos de vista.
Além disso, os profissionais devem concentrar-se nos factos, e não na sua própria interpretação dos mesmos.
Por fim, os investigadores pedem aos jornalistas que corrijam, rapidamente, qualquer lacuna que detectem no seu trabalho, e que não se limitem a criticar, apenas, um lado da história.
Mais de metade dos jornalistas inquiridos num estudo recente afirmaram já ter considerado deixar o seu trabalho por motivos de exaustão ou mesmo de burnout. Os dados estão disponíveis num...
A equipa do Nieman Lab esteve na conferência anual da Online News Association (ONA) e fez um resumo de algumas notas coligidas durante o encontro, que decorreu entre os dias 18 e 21 de Setembro, em...
Uma das funções do jornalismos é ser “tão ágil quanto certeiro a contar o que está a acontecer e fazê-lo de forma ordenada e contextualizada”. Até aqui nada de novo. “A novidade é que...
A maioria dos alunos de jornalismo está pessimista quanto ao seu futuro profissional, considerando que será difícil encontrar um primeiro emprego, e que os salários...
Os primeiros meses da pandemia demonstram-se, particularmente, desafiantes para jornalistas e estudantes de comunicação social, que foram confrontados com um sector em crise, e com...
O formato digital tornou-se essencial para garantir a sustentabilidade dos “media” contemporâneos, já que cada vez mais leitores preferem consumir notícias nos seus...
Nos últimos anos, as empresas de jornalismo sem fins lucrativos ganharam popularidades nos Estados Unidos, onde se tem vindo a valorizar a aposta em “media” de qualidade,...