Jornalismo digital deve privilegiar a qualidade e a confiança
O formato digital tornou-se essencial para garantir a sustentabilidade dos “media” contemporâneos, já que cada vez mais leitores preferem consumir notícias nos seus dispositivos móveis, em detrimento das versões impressas.
Esta é, contudo, uma tendência recente, pelo que muitos empresários e jornalistas ainda têm dificuldade em perceber o funcionamento do sector mediático na era digital, e em decifrar quais as medidas a serem implementadas para garantir o seu sucesso .
Por isso mesmo, os especialistas em “media”, Tanjev Schultz e Oliver Günther publicaram, no “site” “Laboratorio de Periodismo”, uma lista de propostas para jornais que queriam adaptar o seu modelo de negócio à era tecnológica.
Os especialistas recomendam, em primeira instância, que as publicações continuem a apostar em jornalismo de qualidade, já que, mais do que nunca, os cidadãos procuram informar-se através de fontes de confiança, que vão ao encontro de todas as normas éticas e deontológicas.
Além disso, continuam os autores do guia, os jornais não devem ceder à tentação de dar prioridade às audiências, em detrimento da qualidade dos artigos que publicam.
Ou seja, os “media” devem abster-se de partilhar conteúdos sensacionalistas, mesmo que isso signifique perder leitores para outras publicações.
Da mesma forma, recordam Schultz e Günter, os empresários devem ter a consciência de que o jornalismo não é um produto, mas uma profissão que presta um serviço público, logo, o seu foco não deve ser comercial.
Outubro 21
Por isso mesmo, prosseguem os especialistas, os jornais devem procurar servir todos os membros da sociedade, esquecendo os mercados de nicho. Assim, os jornalistas são aconselhados a rejeitar conselhos sobre a individualização dos artigos noticiosos.
“O jornalismo que, simplesmente, assume os conceitos económicos e a narrativa das corporações digitais, incluindo a individualização padrão como um conceito de distribuição, não está a cumprir o seu papel na sociedade”, dizem.
Ou seja, a eficiência económica não é critério suficiente para garantir a qualidade jornalística.
Os autores alertam, ainda, para a necessidade de redigir artigos de confiança para todos os formatos, incluindo as redes sociais, onde os critérios do jornalismo são, muitas vezes, ignorados pela audiência.
Neste contexto, Schultz e Günther recordam que a velocidade de publicação não é o elemento mais importante de uma título“online”, mas sim o nível de confiança dos seus conteúdos.
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