Quando os políticos imitam Trump e querem “fazer o Brasil great again”

As eleições presidenciais nos EUA desencadearam fenómenos visíveis de contágio, e ainda vamos no começo. O principal slogan de campanha do vencedor criou discípulos. É sobre isto que ironiza o jornalista Alberto Dines, quando escreve que “Donald Trump não foi eleito no Brasil, mas todos os governantes federais, estaduais, municipais brasileiros, adoptaram o lema  let’s make América great again, que parecia piada nos States até a surpresa das urnas. Vamos na rota do Brasil Grande, título que sempre foi motivo de chacota associado ao fatídico golpe de 64”. O que se segue é uma visita guiada aos protagonistas principais e às suas listas de projectos de grandeza: Michel Temer a prometer 100 mil novos empregos e mais informação policial em todos os estados para combater o narcotráfico e o crime organizado. João Dória com 118 promessas para transformar São Paulo, começando por esconder os sem-abrigo. Marcelo Crivella com 78 projectos de cortes radicais para o Rio de Janeiro, onde ele cultiva uma coligação muito especial, porque “governa com Deus”. ACM Neto, o prefeito de Salvador, com um programa de grandes obras e, no fundo, “todos de olho nas eleições presidenciais de 2018, embora até lá poucos políticos conseguirão sobreviver com seus projectos que ficarão no papel, como o fim do desemprego de 12 milhões de pessoas e a bomba da reforma da Previdência prestes a estourar”. “Mesmo que pareça utopia, sonhamos um país com honra, política limpa, projectos e conteúdos sociais mais parecidos com a Suécia do que com o Burundi. Venha o que vier, e seja lá por qual razão, é um alento saber que nossos governantes miram em 2017 um novo Brasil que mereça ser Grande”  -  conclui Alberto Dines. O texto na íntegra, no Observatório da Imprensa do Brasil, com o qual mantemos um acordo de parceria.