Plataformas digitais influenciadas por discurso pró-russo
O Kremlin desenvolveu uma equipa estruturada que partilha desinformação e propaganda nas redes sociais, com o objectivo de promover as acções russas, e negar a existência de uma guerra.
Esta acção, revelou o jornal “Le Monde”, é desenvolvida por um “exército de mãozinhas”, que publica informações enganosas nas plataformas digitais, procurando semear dúvidas sobre a realidade do conflito.
Contudo, de acordo com a historiadora Marie Peltier, esta não é uma estratégia nova, estando em desenvolvimento há vários anos, sem que o público se apercebesse de tal.
“O nível de desinformação russa nas nossas sociedades é muito alto desde há cinco anos”, disse Peltier ao “Monde”. "Muitas vezes, acreditamos que, agora, o nível de notícias falsas está mais elevado. No entanto, a única coisa que mudou foi a nossa consciencialização”.
Basicamente, continuou Peltier, o governo russo aplica, agora, as mesmas estratégias que introduziram em 2016. Ou seja, as “mãozinhas” do Kremlin trabalham para criar dúvidas, usando fórmulas conspiratórias.
Além disso, Peltier considera que as forças europeias aperceberam-se tarde demais da utilização deste tipo de estratégia. Como tal, os jornalistas que trabalhavam para a RT e a Sputnik conseguiram chamar a atenção de outros ‘media’, continuando a disseminar mensagens pró-Kremlin.
Abril 22
Assim, afirmou a mesma especialista, o público já não se mostra sensível a este tipo de discurso, uma vez que foi habituado à retórica pró-Kremlin, sem que as forças políticas conseguissem travá-la.
Por isso mesmo, é provável que as acções de desinformação de Putin continuem a influenciar os comportamentos de vários cidadãos, que ainda validam as suas políticas.
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