Onde se reflecte sobre o fim da edição brasileira de “El País”
O fim da edição brasileira do jornal espanhol "El País" evidencia a necessidade de reinventar o jornalismo, e de rever o actual modelo dos “media” locais, considerou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Conforme apontou Castilho, o encerramento do “El País” brasileiro demonstra que os jornais estão a ter dificuldade em enfrentar os desafios impostos pela era digital, que está a obrigar os títulos a apostarem nas subscrições, após décadas a dependerem de um modelo de negócio assente no investimento publicitário.
É importante, contudo, ressalvar que o “El País” é apenas uma entre os milhares de publicações que têm registado problemas financeiros, e que foram forçadas a cessar a circulação em papel ou, em casos mais graves, a encerrar as portas.
Isto resultou, aliás, no aparecimento de diversos “desertos noticiosos”.
De acordo com Castilho isto representa um problema não só para os profissionais dos “media”, mas, igualmente, para todos os cidadãos, que deixaram de ter acesso a uma pluralidade de fontes noticiosas e que dependem, cada vez mais, das redes sociais, para satisfazer as suas necessidades informativas.
Perante este cenário, o autor acredita que a melhor solução é o reforço da aposta no jornalismo local, cujos profissionais deverão fomentar uma relação de confiança com as comunidades em que estão inseridas.
Dezembro 21
Este tipo de relacionamento, defendeu o articulista, serviria, igualmente, de base para que as “pessoas comuns” se transformassem nas principais responsáveis pela sustentabilidade financeira de um empreendimento jornalístico local.
Para que tal aconteça, continuou Castilho, os jornalistas deverão assumir uma nova conduta profissional. Ou seja, os colaboradores da imprensa local terão que ouvir as opiniões dos seus leitores, e abandonar a noção de que sabem aquilo que é melhor para o público.
Castilho concluiu, assim, que se tornou urgente estabelecer uma parceria entre profissionais e os “cidadãos comuns”, que permita assegurar a sustentabilidade financeira dos títulos, e garantir a qualidade e relevância dos conteúdos que são partilhados.
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