Onde se preconiza a necessidade de globalizar os “media” espanhóis

Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea reflectiu sobre a situação delicada em que se encontram as redacções espanholas, que não sabem como “navegar a sociedade digital”. Esta situação torna-se mais preocupante se se considerar que alguns meios de comunicação latinos têm vindo a expandir-se para Espanha. Este é, por exemplo, o caso de um medium argentino, Infobae, que chegará a Madrid em Janeiro, com o objectivo de conquistar o seu mercado, após obter a maior audiência global em espanhol. Ormaetxea admitiu que o El País não conseguirá fazer frente ao jornal argentino, pois, independentemente de ser influente em toda a área espanhola, o que inclui os espanhóis que vivem nos EUA, o medium espanhol tem uma dívida de 915 milhões de euros e a subida das taxas de juro, com prejuízos de 90,5 milhões, no ano passado, e de 28 milhões nos primeiros nove meses deste ano. O jornalista acrescentou que, embora o El País tenha “atingido os duzentos e cinquenta mil assinantes, a dez euros a assinatura digital, é evidente (…) que as paywalls por si só não salvarão nenhuma imprensa”. Adicionalmente, apesar da alta qualidade jornalística do conteúdo e das mudanças estéticas apresentadas, Ormaetxea lamentou que a estrutura das secções e as abordagens do jornal sejam, basicamente, as mesmas usadas há 45 anos atrás. Numa última comparação, o jornalista da media-tics sublinhou que, enquanto a Infobae obteve 45 milhões de utilizadores únicos, os jornais espanhóis El País e o La Vanguardia tiveram cerca de 32 e 29 milhões, respectivamente.