Onde se defende o apoio psicológico nas redacções

A jornalista Sian Williams acredita que as empresas de “media” devem assegurar apoio psicológico para os seus colaboradores, devido às possíveis sequelas deixadas pela cobertura da pandemia de covid-19. Em entrevista para a “Press Gazette”, Williams -- que é mestre em psicologia -- defende que os jornalistas devem apoiar-se uns aos outros, de forma a continuarem a exercer as suas funções. “Os jornalistas tendem a ser resilientes, mas isso não significa que são imunes a sintomas de stress pós-traumático, de ansiedade, inquietude ou hipervigilância”, afirmou a profissional. “A adrenalina só nos ajuda durante um determinado período de tempo”, acrescentou. “Acho que temos que ter cuidado. Quando a covid acabar teremos que prestar muita atenção”. Aquela profissional destacou, por outro lado, que os jornalistas “freelancer” não têm recebido qualquer tipo de apoio. Além disso, de acordo com Williams, o regime de teletrabalho está a aumentar sentimentos de solidão e impotência. “Se estamos isolados numa altura de maior trabalho, vamos sentir que não temos recursos suficientes para desempenhar as nossas funções de forma eficaz”. Perante este quadro, Williams pede aos editores que dêem o exemplo, incentivando os seus colaboradores a procurarem ajuda. Neste âmbito, os responsáveis deverão promover conversas informais sobre trauma e melhorar o acesso a programas de saúde mental. “Aqueles que comandam as redacções têm que perceber que devem criar ambientes seguros para os jornalistas -- não só fisicamente, como, também, psicologicamente”.